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Bancos pisam no freio do crédito e sobem juros até no consignado
Fonte: o Globo - 21/12/2022 às 11h12As Instituições financeiras estão adotando uma postura mais conservadora para contornar aumento das perdas em modalidades de crédito de maior risco. Com o aumento da inadimplência e, consequentemente, das previsões para perdas, os bancos estão ajustando suas carteiras, seja com maior conservadorismo na concessão de crédito como aumentando a exposição em linhas mais seguras, como o consignado, que elevou as taxas médias dos juros cobrados nessas modalidades.
Ao longo do ano as instituições vêm realizando ajustes na regra de concessão mudando as forma de avaliação de acordo com o tipo de cliente que está dando acesso ao crédito.
Risco no limite
De acordo com os dados do Banco Central, a taxa média de juros no consignado para trabalhadores do setor privado atingiu 45,6% em outubro. Para beneficiários do INSS, chegou a 26,9%, e para servidores públicos a 26,4%. Um ano antes, as taxas eram de 32,4%, 20,6% e 17,9%, respectivamente.
As elevações são superiores às vistas em instrumentos de crédito considerados mais arriscados para os bancos, como o cheque especial, que continuam caros justamente pelo risco embutido.
No caso do cheque especial, a taxa média foi de 132,5% em outubro deste ano contra 128,2% no mesmo mês de 2021. Já no crédito pessoal não consignado, a taxa média foi de 83,5%, ante 83,6%, na mesma comparação.
O aumento da taxa do consignado mais recente é uma compensação do funding (recurso pago pelas instituições para oferecer o crédito) dos bancos que ocorreu no passado recente.
A inadimplência cresceu no segmento massificado de baixa renda para pessoas físicas e para o segmento de micro e pequenas empresas. Entretanto, “a expectativa para o próximo trimestre é que a inadimplência esteja no patamar atual ou que esteja um pouco mais”, afirma Frota, da Senso.