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XP absorve carteira de pessoa física da UM

02/12/2015 às 12h49

A XP Investimentos vai assumir a carteira de investidores pessoa física da corretora carioca UM Investimentos. Os valores do negócio não foram divulgados. Com a união, a XP deverá superar 115 mil clientes ativos e atingir R$ 30 bilhões sob custódia. A UM possui 7.500 clientes ativos, 130 agentes autônomos e R$ 1 bilhão em custódia.

"Para competir hoje no varejo é preciso ter escala. Há mais exigências regulatórias e de controles internos para as corretoras. Para se ter boas margens, é preciso ter quantidade de clientes relevantes. Nós já temos escala e somos consolidadores", afirma Gabriel Leal, diretor de distribuição da XP. Segundo o executivo, nos próximos meses a XP deverá anunciar mais "uma ou duas" aquisições.


A compra da carteira de varejo da UM é a primeira este ano. No ano passado, a XP levou a Clear e nos anos anteriores havia adquirido Prime (2012), Senso (2011) e Interfloat (2011), além de Manchester e Americainvest (2007). Depois de tantas aquisições, a XP consegue se beneficiar de sinergias e oferecer bom atendimento ao cliente, na avaliação de Leal.


Com a venda da carteira pessoa física, a UM vai continuar operando apenas no atendimento do investidor institucional, voltando às origens de quando se chamava Umuarama, fundada em 1969. A BM&FBovespa chegou a prever 5 milhões de pessoas físicas ativas investindo na bolsa, quando tinha 500 mil cadastrados. Mas, desde que a previsão foi feita, o número de investidores caiu em vez de crescer.


Algumas corretoras, como a UM, fizeram investimentos para atender esse crescimento, que não veio. "Decidimos então sair do varejo, pois ficou difícil continuar investindo nesse mercado com o tamanho da base que nós temos", afirma Fernando Opitz, um dos principais acionistas da UM. A investida no varejo foi feita pela corretora há oito anos. Se a volta às origens vai fazer com que a operação tenha um retorno mais positivo, Opitz prefere não responder. "Você vai ter de me fazer essa pergunta daqui a um ano", diz. "A expectativa é que a UM volte a ser
muito ativa no mercado, com uma operação mais enxuta", diz.


Na transição, nos primeiros três meses, será formado um comitê com executivos da XP e da UM para fazer a migração dos clientes. Após esse período a UM encerrará a operação de varejo. Ontem, a parceria foi apresentada em evento no Rio para os agentes autônomos da UM, que atendem 100% dos clientes de varejo da corretora. Na prática, são esses agentes que vão fazer a migração dos clientes.


"A XP está se consolidando como a corretora mais ativa no setor de varejo, pois ela tem escala. Escolhemos a XP com muito cuidado porque entendemos que ela vai dar o melhor atendimento a nossos clientes. Todos os clientes terão na XP no mínimo o que já têm aqui. Vamos criar as melhores condições para que façam a migração com conforto", afirma Opitz.


Leal, da XP, afirma que a casa conseguiu escala e melhorar os serviços prestados aos clientes quando deixou de focar o segmento de ações e transformou­se num shopping financeiro, em 2010. A tese da casa é de "desbancarização". "Buscamos convencer as pessoas a enxergar as corretoras como uma casa de investimentos onde elas terão acesso a produtos de todo o mercado e não apenas daquele banco onde tem conta", afirma. Hoje, o negócio de intermediação de ações representa 40% das receitas da XP. O restante está diversificado em outros produtos.

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