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Votorantim e BB criam promotora de crédito
14/08/2014 às 16h20O Banco de Brasil (BB) começa a colocar em prática os planos de transformar o banco Votorantim em uma espécie de agente para suas operações de crédito fora das agências. Ontem, o BB anunciou a formação de uma parceria com a Votorantim Finanças, controladora do banco Votorantim, para criação de uma promotora de vendas de crédito consignado. A promotora do banco Votorantim vai gerar créditos que ficarão registrados no balanço do BB, a partir de critérios estabelecidos pelo banco público. Esse projeto estava em gestação pelo menos desde meados de 2013, conforme antecipou o Valor. O banco controlado pela família Ermírio de Moraes continuará atuando apenas no refinanciamento das operações de consignado que já estão registradas em seu balanço. Apesar de ser o dono da maior carteira de crédito consignado do país, sem um braço para atuar fora das agências, o BB tem perdido espaço para concorrentes como Itaú Unibanco e Bradesco no segmento. O estoque total do empréstimo com desconto direto na folha de pagamento do sistema financeiro cresceu 15,46% no acumulado de 12 meses encerrados em março, para R$ 229,6 bilhões. No BB, o avanço foi menor, de 2,9%. Os números mais recentes serão apresentados pela instituição financeiras amanhã. Em meio à disputa que se deu entre os bancos por comissões dos correspondentes bancários, o BB deu preferência ao longo dos últimos anos pela oferta do consignado apenas dentro das suas agências. Mudanças recentes na regulamentação prometem tornar a concorrência mais amena, o que deve tornar a venda do produto fora da agência mais atrativa. Em maio deste ano, a portabilidade do crédito acabou com estímulos para os chamados "pastinhas" levarem uma operação de um banco a outro em troca de comissão. A partir de 2015, apenas remunerações equivalentes a até 6% do valor do financiamento poderão ser pagas à vista aos correspondentes. Além disso, por ser um banco de controle estatal, o BB também tem certas amarras na hora de fazer contratações, empecilho que o Votorantim não tem. Por isso, a parceria com uma instituição privada traz vantagens ao BB. Com uma base de clientela hoje bastante centrada em servidores públicos na ativa, o BB deve começar a avançar a partir da parceria com o Votorantim entre os aposentados e pensionistas. Depois de mais de dois anos no prejuízo, o banco Votorantim voltou a apresentar lucro há dois trimestres. Por isso também agora abre-se espaço para ampliar o plano de negócios da instituição. Ao mesmo tempo, o fechamento da parceria contribuirá para que o Votorantim atinja mais rapidamente um patamar mais significativo de rentabilidade, algo previsto para 2015. "Esse é mais um passo importantíssimo na parceria entre os bancos", diz João Roberto Teixeira, presidente do banco Votorantim. "Mudanças recentes nas regras do Banco Central vão permitir ao Votorantim voltar a crescer na originação do crédito consignado." Entre os grandes bancos, até agora, apenas o BB não tinha selado uma parceria para atuar fora das agências bancárias com a oferta de empréstimos. A largada foi dada pelo Bradesco em 2007, com a compra do BMC. A Caixa Econômica Federal se associou ao Pan em 2010. Em meados de 2012, o Itaú Unibanco criou um novo banco com o BMG. E, no início deste mês, o Santander anunciou uma sociedade com o Bonsucesso.
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