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Varejo rende bons futos a setor bancário no EUA

20/07/2015 às 10h53

Um crescimento de 1% não é grande coisa, mas este número foi motivo de comemoração para Richard Hunt na semana passada. O pequeno crescimento das receitas totais do Bank of America (BofA) no segundo trimestre que passou de US$ 21, 7 bilhões no segundo trimestre do ano passado para US$ 22,1 bilhões este ano é um sinal de que o setor bancário ainda tem capacidade para crescer, segundo o presidente da Consumer Bankers Association, que reúne instituições de varejo.

Anos de uma regulamentação mais rígida e política monetária mais frouxa criaram uma combinação que afetou a receita de todos os grandes bancos dos Estados Unidos. Mas se o BofA que se desfez de ativos avaliados em mais de US$ 70 bilhões nos últimos cinco anos, ao mesmo tempo em que reduziu gradualmente outras linhas de negócios conseguiu começar a melhorar sua receita, então subitamente o futuro parece mais promissor. "Qualquer crescimento serve para entusiasmar", disse ele. "Mas 1% conta? Sem a menor dúvida!"

Após cinco dos seis grandes grupos bancários americanos terem divulgado seus resultados na semana passada, a situação do setor parece clara: o varejo vai bem, o atacado, nem tanto. A maioria dos números de destaque veio das divisões de varejo, sugerindo que os bancos estão prontos para responder à volta do apetite pelos empréstimos das famílias americanas.

A receita de varejo do Citigroup cresceu 11% no segundo trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado, por exemplo, graças a um aumento de 42% na concessão de hipotecas. O Wells Fargo encerrou o trimestre com saldos no cartão de crédito de mais de US$ 30 bilhões, um aumento de 15% em relação ao segundo trimestre de 2014.

Mas os negócios com títulos o tradicional motor do Goldman Sachs e do Morgan Stanley estiveram mais trôpegos. Os bancos lutaram para sustentar o ímpeto decorrente de um começo de ano volátil, quando o banco central da Suíça, ao eliminar o teto à cotação do franco, estimulou apostas em moedas e juros.

No Goldman Sachs, por exemplo, a principal unidade de negócios com bônus viu suas receitas caírem mais de 25% em relação ao segundo trimestre de 2014. O diretor financeiro Harvey Schwartz atribuiu o cenário "difícil" aos tremores provocados pela Grécia.

Analistas afirmam que as receitas com negócios com títulos deverão permanecer pressionadas, graças em grande parte às contenções à tomada de risco e um aperto nos negócios com carteiras próprias, sob a lei DoddFrank, que entram em vigor pleno nesta semana. Isso significa que os custos precisam cair para preservar os retornos.

O J.P. Morgan Chase, que possui a maior parcela do agregado mundial de honorários de banco de investimentos, está apenas começando um programa de corte de custos na área de corporate banking e banco de investimentos. As despesas não relacionadas a juros da unidade caíram 15% no segundo trimestre, sobre receitas líquidas que encolheram 6%.

"Ainda há uma oportunidade para otimizar esses negócios", diz Brian Kleinhanzl, analista da Keef, Bruyette & Woods. "Eles precisam mostrar os problemas para as pessoas antes."

O quadro geral está instável. Enquanto o Wells Fargo acompanhou mais ou menos o crescimento da receita do BofA, o Citigroup permaneceu estagnado, ao tempo em que o J.P. Morgan viu uma queda de 3%. Todos eles estão rezando por uma ajuda de Janet Yellen, esperando que a presidente do Federal Reserve (Fed) prossiga com os sinais que vem dando de uma alta das taxas de juros este ano.

Ao mesmo tempo, há dúvidas quanto a sustentabilidade da recuperação dos negócios no varejo. Grande parte da explosão de atividade com hipotecas, por exemplo, foi uma continuidade da onda de refinanciamentos do primeiro trimestre, quando os juros fixos sobre uma hipoteca de 30 anos caíram abaixo de 4%, observa Michael Fratantoni, economistachefe da Mortgage Bankers Association.

Mas nos bancos, pelo menos, há uma sensação de que o pior da reestruturação pós-crise já ficou para trás. O Citigroup informou que seu "banco ruim" hoje representa apenas 6% dos ativos totais, em relação a cerca de 40% no pico.

Os processos que custaram aos grandes bancos globais mais de US$ 300 bilhões em multas, acordos e provisões, também parecem estar diminuindo.

O Goldman Sachs surpreendeu os investidores com um grande provisionamento para o acerto de uma investigação relacionada a hipotecas com a qual seus concorrentes já lidaram. As despesas legais do Citi caíram um quinto. E o BofA beneficiou-se de uma decisão da Justiça em junho, de que o estatuto de limitação de seis anos para a apresentação de queixas relacionadas à venda de títulos enganosos começa a valer do ponto de originação, e não a partir de quando a queixa foi feita.

O veredito permitiu ao BofA cortar US$ 7 bilhões de crédito prescritos de sua exposição nocional e liberar US$ 200 milhões em reservas.

"Começamos com cinco", disse um executivo sênior do BofA, arredondando o lucro líquido de US$ 4,99 bilhões registrado no trimestre, que foi mais que o banco conseguiu em todo o ano passado. "Fazia muito tempo que não começávamos com um cinco."



     


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