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Troca de dívida dá fôlego ao devedor

31/07/2007 às 21h24

jornal O Estado de S. Paulo 31/07/2007 - Rosangela Dolis       

O ideal é não gastar além do que se ganha, orienta Miguel Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Mas, se a conta estourar, é preciso fugir do rotativo do cartão de crédito, cujos juros médios de 10,25% ao mês dobram a dívida a cada seis meses, ou do cheque especial, que tem taxa média de 7,7% ao mês.

“A primeira medida é tentar parcelar a dívida sem juros com o credor”, orienta Oliveira. “Se não for possível, vale contrair uma dívida mais barata para pagar outra mais cara.” Ele cita o microcrédito (restrito a pessoas de baixa renda), o crédito consignado e o penhor. Outras opções no mercado são os empréstimos com garantia de carro ou imóvel e a troca com troco.

O microcrédito, segundo Oliveira, tem juro de 2% ao mês e concede empréstimo de até R$ 1 mil. “O valor vai depender da renda do solicitante, pois o comprometimento com a prestação não pode superar 30%”, explica.

Para quem não se qualifica para o microcrédito, o empréstimo consignado pode ser a opção. É preciso, no entanto, que o solicitante receba salário e a empresa tenha convênio com um banco, pois o desconto das prestações é feito no contracheque. “Os juros são em média de 2,30% ao mês”, diz Oliveira.

PENHOR

A opção pelo penhor, oferecido pela Caixa Econômica Federal, vai exigir que a pessoa tenha jóias ou relógios e canetas de marcas famosas. Há três anos, o professor Alberto Araújo mantém jóias penhoradas. O contrato é renovado periodicamente. “O valor é pequeno, de R$ 500, porque as jóias têm mais valor de estimação que comercial, mas precisei para acertar contas”, diz. “Além disso, elas ficam aqui, guardadas em segurança.” A Caixa tem seguro para as jóias penhoradas.

Silvio Renato Gomes Diz, gerente regional de Negócios da Caixa, conta que, de última opção, por causa do significado pejorativo de que só penhora bens quem está falido, o penhor está se transformando na primeira, por ter custo baixo, não exigir avalista nem vetar quem tenha restrição cadastral.

O empréstimo máximo é de 80% do valor de avaliação do bem e há três modalidades: o micropenhor empresta até R$ 1 mil para quem não tem aplicação ou saldo médio superior a R$ 1 mil em nenhum banco e cobra 2% de juros ao mês. Na Faixa 1, o crédito é de até R$ 300, com juro de 2,1%. Na Faixa 2, de R$ 300,01 a R$ 50 mil, com juro de 2,88%. O prazo é de 30 a 120 dias.

No primeiro contrato, os juros são descontados do empréstimo. No fim do contrato, o dono das jóias pode resgatá-las, pagando o empréstimo, ou renovar o penhor, com pagamento de novos juros. Após o vencimento do prazo, os juros são de 4% ao mês e os objetos vão a leilão.

CARRO COMO GARANTIA

“Hoje, se a pessoa tem carro, só mesmo a falta de informação explica que ela permaneça pagando o juro alto do cheque especial”, diz Maurício Cascardo, superintendente de Marketing, Produtos e Canais de Venda da financeira CitiFinancial.

Na troca com troco, o consumidor vende seu carro a uma revendedora, fica com o valor da venda ou parte dele e financia a compra de outro até sem entrada. Os juros estão na casa de 1%, diz André Amorim, gerente da Promocar. Ele diz que a prática é bastante usual. “O motivo é sempre financeiro.”

A bancária Alessandra Grellet fez a troca com troco para levantar dinheiro para fazer a escritura do apartamento que adquiriu. Antes, analisou o crédito pessoal. “Pediram juro de 9% ao mês”, diz. Na troca com troco, está pagando 1,70%. Alessandra tinha um Fiesta 2003 completo alienado e fez a troca por um Palio básico 2003.

No crédito pessoal com garantia do veículo, o consumidor obtém de 70% a 80% do valor do carro por prazo de até 48 meses. No Banco Panamericano, o juro é de 2,5% ao mês. Na CitiFinancial, a taxa é a partir de 2,39%.

Tanto na troca com troco como no crédito com garantia são feitos negócios até mesmo com carros alienados. Nas transações com carro, há algumas despesas: taxa de abertura de crédito do novo financiamento; se o veículo atual estiver alienado, taxa para quitação antecipada do financiamento atual. Na troca com troco, há ainda gastos com a documentação do novo veículo.

IMÓVEL COMO GARANTIA

A concessão de empréstimo com garantia de imóvel é um processo que ainda está no início no Brasil, diz Oliveira, lembrando que a opção é comum nos Estados Unidos e Europa. Caso não haja o pagamento, o credor pode dispor do bem para ser ressarcido. O Panamericano passou a oferecer a opção em setembro de 2006.

De acordo com o banco, é uma modalidade para consolidar as dívidas que estão pulverizadas com vários credores, pois o valor mínimo da operação é de R$ 30 mil. O foco do produto são profissionais liberais e pequenos e médios empresários.

O valor do empréstimo é de até 70% do valor do bem, pelo prazo de até 72 meses e juros de 1,85% a 2,40% ao mês, dependendo do prazo e outras condições do contrato. A restrição é que só é aceito como garantia imóvel comercial ou residencial que não seja o domiciliar.

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