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Tombini; regime de metas de inflação surgiu mais forte após crise
11/06/2015 às 17h05O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou nesta quarta-feira que o regime de metas para inflação “emergiu ainda mais forte depois da crise” financeira global. “Nenhum dos principais bancos centrais abandonou o regime de metas para inflação e alguns bancos centrais que não seguiam esse regime passaram a fazê-lo”, afirmou na abertura do evento “Central Banking – the Next 50 Years”, que conta com uma mesa redonda para debater o papel dos BCs após a crise. Tombini acrescentou que o regime de metas continua a ser o regime de política monetária dominante. Mas, ao levantar pontos a serem debatidos sobre a atuação futura dos BCs, ele citou que, “se os céticos do crescimento estiverem corretos e taxas próximas a zero forem recorrentes, haverá demandas renovadas por movimentos para novos regimes de política monetária ou para regimes que tolerem metas mais altas para a inflação em economias maduras”. Outra questão aberta que deve moldar a atividade dos banqueiros centrais, segundo Tombini, é o papel dessas instituições para garantir a estabilidade financeira. “A estabilidade financeira é mais uma vez uma função central de bancos centrais, mas políticas e arcabouços macro prudenciais estão em estágio inicial e o papel adequado da política monetária para garantir estabilidade financeira ainda está em discussão”, disse. 'Limpeza' Tombini afirmou ainda que, em meio aos debates sobre a crise global, há um consenso de que a manutenção proativa da estabilidade financeira, “tomando medidas adequadas contra o acúmulo de vulnerabilidades”, é uma meta apropriada para os bancos centrais. “O alto custo da ‘limpeza’ depois da crise financeira global servirá de importante lembrete contra a complacência excessiva”, afirmou. Tombini também citou que há uma intensa discussão sobre se as baixas taxas de juros nas principais economias estão gerando “um comportamento exagerado de busca por retorno” em alguns segmentos do mercado e se isso seria motivação adicional para normalizar a política monetária mais cedo do que tarde. “A visão que parece estar ganhando força, à qual subscrevo, é a de utilizar a política macro prudencial para manter a estabilidade financeira e permitir que a política monetária se concentre na estabilidade dos preços”, disse. Ainda assim, ele ponderou que resposta definitiva para essa pergunta vai depender do progresso no desenvolvimento das ferramentas de política macro prudencial. “Apesar de algumas experiências positivas, inclusive no Brasil, as ferramentas de política macro prudencial ainda não estão suficientemente testadas e a literatura teórica a respeito está em sua fase inicial.”
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