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Temer diz que situação é grave e faz apelo pela reunificação do país

06/08/2015 às 10h10

Na iminência de novas derrotas no Congresso Nacional, o vice-presidente Michel Temer, articulador político do governo, fez nesta quarta-feira um apelo às principais autoridades dos três Poderes, e ao empresariado brasileiro, para que haja uma reunificação nacional em nome do país. Ele reconheceu que há uma crise política e econômica agravando-se e conclamou todos a se unirem para evitar que ocorra o pior para o Brasil.

“É preciso que alguém tenha a capacidade de reunificar a todos. Estou tomando a liberdade de fazer este pedido porque, caso contrário, podemos entrar numa crise desagradável para o país”, alertou Temer, em tom visivelmente emocionado.

“Não vamos ignorar que a situação é razoavelmente grave, não tenho dúvidas de que é grave. E é grave porque há uma crise política se ensaiando, há uma crise econômica que precisa ser ajustada. Mas para tanto é preciso contar com o Congresso Nacional e com os vários setores da nossa sociedade”, alertou.

“Quando se inaugura esse segundo semestre, agrava-se uma possível crise. Nós precisamos evitar isso em nome do Brasil, do empresariado brasileiro, dos trabalhadores. É preciso que alguém tenha a capacidade de reunificar a todos”, exortou, com a voz embargada.

O vice advertiu que o agravamento da crise nacional repercutirá negativamente no exterior. “Temos que ter uma atuação aqui no Brasil que repercuta positivamente no exterior. Se não tomarmos cuidado, nossa atuação poderá repercutir negativamente no exterior”, ressaltou.

Temer convocou os jornalistas para fazer este apelo a todas as lideranças políticas, empresariais e da sociedade brasileira. O vice-presidente fez essa convocação ao fim de uma sequência de reuniões com ministros e lideranças partidárias da base aliada no Senado e na Câmara. Dos ministros, reuniram-se com Temer: Joaquim Levy, da Fazenda, Nelson Barbosa, do Planejamento, José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Luis Inácio Adams, da Advocacia Geral da União.

A Câmara dos Deputados pode aprovar hoje uma proposta de emenda constitucional que implica novo rombo fiscal, estimado em R$ 2,45 bilhões ao ano. A PEC equipara salários dos advogados da União, delegados e agentes da Polícia Federal a 90,25% da remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Queria fazer uma declaração precisamente em face das várias autoridades do Legislativo e do Executivo que hoje passaram aqui pelo meu gabinete”, disse. “E estamos pleiteando, exata e precisamente, que todos se dediquem a resolver os problemas do país”, sublinhou.

Ele disse que tem consciência que os brasileiros não contam com o pior para o país e que desejam que o Brasil continue na “trilha do desenvolvimento”. Por isso, segundo ele, é preciso pensar no país “acima dos partidos, acima do governo”. Ele concluiu afirmando que faz este “apelo” aos brasileiros, às instituições, ao Congresso Nacional e a “todos que se interessam pelos destinos do país”.



     


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