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Saída de Levy não teria tanto impacto para rating

19/11/2015 às 11h55


Um impeachment da presidente Dilma Rousseff seria "na melhor das hipóteses" neutro para a nota de crédito do Brasil, mas o mais provável é que seja negativo para a fragilizada classificação de risco do país, disse na quarta-feira o principal analista da agência Moody's para a América Latina.


Os adversários políticos de Dilma estão buscando seu impeachment dizendo que ela administrou mal uma economia antes florescente e minou sua confiança.


Mauro Leos, analista sênior da Moody's, disse que assim como o desempenho da economia brasileira nos próximos anos, a decisão de rebaixar a pontuação de crédito dependerá do futuro de Dilma e de se o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, respeitado pelos investidores, manterá seu cargo.


"Para nós, um impeachment, na melhor das hipóteses, seria indiferente para na nota crédito, mas nossa inclinação seria assumi-lo como fator tendente a um corte na nota de crédito, devido à incerteza relacionada com todo o processo", disse Leos em evento da Moody's.


Em entrevista à "Reuters", por ocasião do evento, ele afirmou ser mais provável que a agência piore para "negativa" a perspectiva da classificação de risco, atualmente "estável", em vez de cortar a nota em si diretamente para o grau especulativo, no caso de um impeachment.


Atualmente a nota de crédito atribuída pela Moody's ao Brasil é "Baa3", o mais baixo nível dentro do grau de investimento da firma. Após a decisão da Standard and Poor's de rebaixar a classificação brasileira para grau especulativo em setembro, a dúvida é se a Moody's e a Fitch farão o mesmo.


"Se for iniciado um procedimento visando o impeachment, qualquer coisa poderá acontecer. Dito isso, se eles avançarem nessa direção, uma das possibilidades é de as coisas melhorarem depois", acrescentou Leos.


Se Levy deixar o Ministério da Fazenda, as incertezas também poderão se intensificar. Mas, como ele não foi tão eficaz na implementação de reformas como esperavam os investidores no início do ano, sua saída não seria tão impactante para a nota de crédito como anteriormente esperado, disse Leos.


"Depende de quem venha a ser escolhido [para substituir Levy]", disse Leos, acrescentando que Henrique Meirelles, o ex-presidente do BC, seria bem recebido pelos mercados devido a seus contatos políticos, embora ele também tenha um relacionamento áspero com Dilma.



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