Últimas
Notícias
Renegociação de dívidas bancárias sobe com 'ambiente adverso', diz BC
Renegociações subiram de 6,7% em junho para 7,6% em dezembro. BC reafirmou que inadimplência subiu no segundo semestre de 2015.
08/04/2016 às 10h04O "ambiente adverso" da economia real começou a se refletir de maneira mais pronunciada nos indicadores de crédito no segundo semestre do ano passado, levando a um aumento da inadimplência e da renegociação das dívidas bancárias por empresas e pessoas físicas, informou o Banco Central nesta quinta-feira (7) por meio do relatório de estabilidade financeira.
"Para fazerem frente a esse cenário [adverso na economia], as provisões [recursos separados pelos bancos, para honrarem eventuais perdas] têm-se mantido adequadas, e, no caso dos bancos privados, tem havido aumento significativo na cobertura de provisões para a inadimplência", acrescentou o BC. O aumento da inadimplência, em 2015, já tinha sido apontado pela instituição.
De acordo com o Banco Central, o saldo das operações de crédito que sofreram renegociação passou de 6,7% no fim do primeiro semestre (junho do ano passado) para 7,6% em dezembro de 2015. Já o saldo das operações restruturadas evoluiu de 1,6% da carteira (estoque de crédito bancário) em junho para 1,9% em dezembro.
Segundo o diretor de Fiscalização do BC, Anthero Meirelles, essa reestruturação das dívidas com os bancos reflete dificuldade por parte das empresas e famílias de realizarem os pagamentos. "O banco renegociou com uma taxa fora de mercado, ou assumiu parte da perda. O banco renegocia, mas em condições que não renegociaria em uma situação normal. Reduz taxa de juros, ou abre mão de parte dos juros para receber o principal", explicou ele.
Sobre a inadimplência, o BC informou que ela captura "mais lentamente" as alterações no risco da carteira decorrentes do cenário econômico adverso. "Assim, esse risco também é percebido em elementos que tiveram seu uso crescente no semestre, como a realização de campanhas de renegociação e restruturação de dívidas e a cessão de carteiras de operações inadimplentes sem retenção de riscos", acrescentou a instituição.