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Promotor leva calote de R$ 11 mil depois emprestar sua Certificação Profissional
Fraude pode ter acontecido em 12 contratos e gerou danos para a empresa e para o trabalhador que compartilhou sua licença de trabalho
30/01/2018 às 01h01
Em São Paulo, uma promotora de crédito subestabelecida operava com vários profissionais não certificados e emitia as propostas de empréstimos/refinanciamentos aos bancos, por meio do CPF de um único promotor de correspondente - justamente um dos sócios -, que tinha a devida certificação profissional, exigida pela Resolução nº 3.954, do Banco Central.
Tudo parecia correr bem, até que um dos colaboradores enviou 12 contratos de refinanciamentos a alguns bancos. As cópias dos documentos dos supostos clientes e alguns contratos assinados foram devidamente encaminhados e as instituições financeiras aprovaram os empréstimos. O dinheiro foi creditado nas contas dos clientes, a promotora de crédito recebeu a comissão e repassou a parte do subestabelecido, que por sua vez pagou a comissão à colaboradora que havia emitido as propostas.
Entretanto, passados alguns dias, as pessoas que receberam os empréstimos creditados em suas contas entraram em contato com os bancos para cancelar a operação, pois nunca pediram dinheiro algum emprestado. Todos os 12 contratos foram cancelados pelos bancos e estão sob suspeita de fraude. E aí está o drama: a pessoa que realizou as operações não trabalha mais naquela empresa, as comissões foram estornadas aos bancos, gerando um prejuízo de R$ 11 mil à promotora de crédito e ao subestabelecido. Mas o pior está por vir: o CPF investigado por fraude é justamente o da pessoa que cedeu seu documento para a correspondente não certificada trabalhar.
Um boletim de ocorrência do caso foi registrado junto à Polícia Civil e o caso também está sendo apurado em um processo administrativo pela ouvidoria da Aneps. Se a promotora de crédito for condenada, ela pode perder seu contrato de prestação de serviços com os bancos e ficar fora do mercado, além de arcar com todas as perdas financeiras provocadas pela fraude. Afinal, ela contratou um profissional não-certificado e não seguiu a resolução do Bacen. E o profissional que emprestou seu CPF pode perder seu registro de trabalho (certificação), não podendo mais atuar neste segmento.
Para proteger os envolvidos, pois o caso está sendo investigado, não citamos os nomes das pessoas e das empresas.
Fraudes acontecem todos os dias e os autores é que devem ser responsabilizados pelos crimes que cometem. Não deixe que um drama assim aconteça com você ou na sua empresa. Jamais empreste o seu CPF para um colega não certificado ou para a empresa em que trabalha operar como deseja. A Certificação Profissional é a licença de trabalho do promotor de correspondente e somente ele pode usá-la. Exija que todos tenham a certificação em dia!