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Prisão de Delcídio e Esteves pode agravar crise política e econômica
26/11/2015 às 10h15
No momento em que a presidente Dilma Rousseff tentava reagrupar as forças aliadas, as prisões do líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PTMS), e do banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual, aumentam o risco de um agravamento da crise política e econômica.
A prisão de Delcídio é inédita na história da República. Além de líder de Dilma no Senado, Delcídio era amigo e um dos interlocutores da presidente para assuntos relativos à Petrobras. A crise foi um pouco atenuada à noite, quando o Senado, por 59 votos a 13, decidiu manter a prisão do senador, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Operação Lava-Jato.
A gravidade das acusações deixou o Senado acuado e sem muitas alternativas. Ou entregava Delcídio ou corria o risco de ser acusado de conivência com a obstrução das investigações sobre a corrupção na Petrobras.
Delcídio e Esteves foram presos sob a acusação de tentar obstruir as investigações da Lava-Jato.
Em ato classificado pela Procuradoria Geral da República como "diabólico" e "digno de máfia", Delcídio atuou para evitar o acordo de delação premiada de Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobras. Até um plano de fuga para a Espanha foi discutido em conversa entre o senador, seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira, e o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, com o filho de Nestor, Bernardo Cerveró.
Delcídio se tornou a 37ª pessoa com foro privilegiado investigada na Lava-Jato pelo STF. O mandado de prisão contra Ribeiro, responsável pela defesa de Cerveró, não pôde ser cumprido porque ele está fora do Brasil. Segundo o Ministério Público, o advogado foi "cooptado" por Delcídio para impedir a deleção premiada de Cerveró.
O acordo de delação foi fechado, mas ainda não homologado pelo STF. Nele, Cerveró afirma que Delcídio recebeu suborno em duas operações da Petrobras. O ex-diretor afirma ainda que Esteves pagou propina ao senador Fernando Collor (PTBAL), no âmbito de contrato de embandeiramento de 120 postos de combustíveis, em São Paulo, que pertenciam conjuntamente ao BTG Pactual e ao grupo empresarial Santiago.
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