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Presidente do Santander defende desregulamentação do crédito rural

Para Sérgio Rial, sem a chamada exigibilidade, competitividade do setor financeiro poderia aumentar e haveria redução de taxas de juros

Fonte: Globo Rural - 17/06/2016 às 02h06

O presidente do Banco Santander no Brasil, Sérgio Rial, defendeu, nesta quinta-feira (16/6) a desregulamentação das aplicações de recursos das instituições financeiras no crédito rural. Na avaliação dele, sem a chamada exigibilidade, os bancos privados poderiam competir em melhores condições com outros agentes financiadores e até praticar taxas de juros mais baixas nas operações.
 
“Hoje há um sistema financeiro em que me é dito o que eu tenho que fazer com os meus depósitos em termos de crédito rural e, se eu não fizer, eu sou punido. Um sistema com punição não é o melhor para um setor que está correlacionado com as cadeias globais”, disse Rial, que participou do seminário Perspectivas para o Agribusiness 2016/2017, promovido pela BM&FBovespa na capital paulista.
 
Para ele, não é tão difícil adotar esse tipo de medida porque em outros países isso já ocorre. De outro lado, com a atual regulamentação e um sistema “calcado em subsídio de taxas de juros”, os bancos, especialmente os privados, acabam ficando distantes do financiamento da produção agropecuária brasileira.
 
“Relativamente, o nível de alavancagem do setor privado no agro é muito baixo em relação ao potencial. Imagine se pudéssemos alavancar o setor a custo de capital semelhante ao de países desenvolvidos com os quais competimos. Estaríamos falando de outro setor”, disse. Com uma liberalização do sistema de crédito rural, a atuação do Estado ficaria concentrada na política de seguro agrícola e garantia de preços, acredita Rial.
 
O presidente do Banco Santander no Brasil ponderou, no entanto, que eventuais medidas de desregulamentação devem ser pensadas apenas no médio prazo. Ele reconheceu que a queda no custo de capital não passa apenas por isso, mas está ligada também a patamares menores de inflação e taxas mais baixas, por exemplo, de títulos públicos, que ficariam menos atrativos para investimentos.
 
No curto prazo, afirma, é preciso começar uma discussão sobre as mudanças no financiamento do agronegócio. “O Brasil deve investir tempo, discutir com propriedade, mas de forma tranquila. O processo de desregulamentação vai acontecer porque o Brasil irá conviver com inflação menor e taxas de juros menores”, avalia Rial.
 
Mercado futuro
 
Sérgio Rial argumentou ainda que os bancos brasileiros deveriam participar mais também dos mercados futuros de commodities agrícolas. Para ele, um plano pode ser definido entre as próprias instituições financeiras e a BM&FBovespa para dar mais liquidez aos contratos de produtos agrícolas negociados no Brasil.
 
“O que se tem hoje é que Chicago é um grande imã de consolidação de toda a gestão de risco de preços das várias commodities em que o Brasil é um player importante. Dando liquidez a esses mercados (no Brasil) você dá ao produtor agrícola alternativa de fixação de preço”, explicou.

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