Possível fim do saque-aniversário do FGTS surpreende bancos

De acordo com o novo Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, a nova administração federal pretende encerrar a modalidade de Saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A antecipação desses recursos foi criada em 2020 e tem crescido muito nos últimos anos, porque é uma linha segura para as instituições financeiras, funcionando quase como um empréstimo consignado, com desconto em folha. 
 
Segundo informações da Caixa, desde a criação da linha, 12,6 milhões de trabalhadores contrataram operações de antecipação do saque-aniversário, que totalizam R$ 76,8 bilhões em concessões. O estoque ativo atualmente é estimado por fontes do mercado em cerca de R$ 35 bilhões. Além do banco estatal, algumas instituições de médio porte, que trabalham tradicionalmente com consignado, são fortes nessa linha.
 
O Banco BMG aponta que, caso o saque aniversário do FGTS seja inviabilizado, os mais prejudicados serão a população na base da sociedade, pois as taxas de juros praticadas para a antecipação são as menores no mercado de crédito pessoal. Com a exclusão da modalidade, o índice de endividamento também pode vir a se tornar maior, principalmente entre a população mais carente. 
 
O presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Isaac Sidney, afirma que iniciou diálogos com o ministro do Trabalho ao propor um encontro técnico para apresentar os dados do uso do saque-aniversário do FGTS como instrumento de garantia para concessão de crédito consignado.