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Pesquisas mostram aumento da demanda de MPEs por crédito em maio

Fonte: em.com - 22/06/2016 às 09h06

São Paulo, 21 - Dois levantamentos divulgados nesta terça-feira, 21, mostram que o interesse de empresas por financiamento aumentou em maio na comparação com abril. Segundo o Indicador Serasa Experian de Demanda das Empresas por Crédito, houve avanço de 12% na busca por financiamentos no mês passado em relação ao mês anterior. O avanço resultou, sobretudo, da intenção de micro e pequenas empresas (+12,6%), visto que as companhias de porte médio registraram uma alta bem menor (+0,4%), e as grandes diminuíram em 0,2% a sua procura por crédito.

 

O mesmo apetite por capital entre as micro e pequenas empresas foi observado no Indicador de Demanda por Crédito MPE, que cresceu 15,1% em maio ante abril e chegou a 13,44 pontos. O índice é calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

 

No confronto de maio com o mesmo período do ano passado, as pesquisas apontam movimentos divergentes. O levantamento da Serasa mostrou um aumento da demanda por crédito também em relação a maio de 2015 no caso das MPEs (+12,1%), enquanto o levantamento do SPC Brasil e da CNDL apontou uma retração (de 16,36 pontos para 13,44 pontos).

 

Na avaliação do SPC, essa variação reflete a tendência ao longo de toda a série histórica de os micro e pequenos empresários estarem com baixa intenção de contratar crédito. Pela metodologia dessa instituição, quanto mais próximo de 100 pontos, maior é a probabilidade de os empresários procurarem crédito e, quanto mais próximo de zero, menos propensos eles estão para tomar recursos emprestados para os seus negócios.

 

No caso da pesquisa da Serasa Experian, os economistas explicam que a melhora da intenção de contratar crédito aconteceu devido à maior quantidade de dias úteis (21) em maio deste ano tanto em relação a abril de 2016 quanto a maio de 2015, ambos com 20 dias úteis. Outro fator que contribuiu para essa evolução foi "a melhora gradual dos níveis de confiança empresarial", que impulsionou a procura das empresas por crédito durante o mês passado, segundo os analistas responsáveis pelo levantamento.

 

De acordo com a Serasa, todos os setores pesquisados apresentaram crescimento em suas demanda por empréstimos em maio de 2016 na comparação com o mês imediatamente anterior: Indústria (+12,5%); Comércio (+12,8%) e Serviços (+11,1%). Pelo levantamento, os avanços foram observados em todas as regiões: Sudeste (+14,0%); Nordeste (+10,6%), Sul (+10,0%), Norte (+9,6%) e Centro-Oeste (+9,3%).

 

Investimento

O levantamento do SPC Brasil e da CNDL sinalizou, no entanto, que apesar da melhora a baixa demanda por crédito persiste, porque a maioria dos empresários que planeja investir usará dinheiro próprio (68,5%). A boa notícia é que o Indicador de Propensão a Investir MPE das instituições parceiras mostrou que aumentou a intenção por investimentos dos micro e pequenos empresários.

 

O índice passou de 19,96 pontos em abril para 25,22 pontos em maio. Quanto mais próximo de 100, maior é a propensão ao investimento. O resultado levou o dado ao nível do primeiro trimestre do ano (média de 24,88), mas ainda é inferior ao observado em maio de 2015 (32,06 pontos).

 

Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, a ainda baixa propensão para expandir os negócios é justificado "em parte, pela falta de confiança dos empresários derivada das dificuldades econômicas que o país atravessa". "Sem boas perspectivas com os rumos da economia, os MPEs estão reticentes para assumir compromissos financeiros de médio e longo prazo, já que os juros ainda estão elevados e a demanda do consumidor segue diminuindo por conta da renda mais baixa e aumento do desemprego", explica o presidente.

 

Metodologias diferentes

O Indicador Serasa Experian da Demanda das Empresas por Crédito é construído a partir de uma amostra de cerca de 1,2 milhão de CNPJs consultados mensalmente na base de dados da companhia. Já os dois indicadores do SPC Brasil e CNDL levam em consideração 800 empreendimentos dos segmentos de comércio e serviços com até 49 funcionários, nas 27 unidades da federação, incluindo capitais e interior.

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