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Para pequeno empresário, crise tem origem política

25/11/2015 às 10h42


A crise política tem forte correlação com a piora da conjuntura econômica, não apresenta perspectiva de melhora no curto prazo e está agravando ainda mais o quadro para este ano e para 2016 na avaliação de empresários da indústria de pequeno porte.


Pesquisa do Datafolha sobre a avaliação da economia e do ajuste fiscal, feita por encomenda do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi), indica que 99% dos entrevistados consideram que a crise tem origem política. Desse total, 87% atribuem o mau momento da economia ao conturbado cenário político, que por sua vez emperra a recuperação da economia.


A confiança na economia de acordo com os entrevistados foi de 24% (apenas 3% "confiam muito"), ao passo que 75% dos entrevistados disseram não ter nenhuma confiança nela nesse momento. No grupo dos que demonstram alguma confiança, 67% consideram que o ajuste fiscal ajuda, de alguma maneira, a superar a crise.


Para 41% dos empresários do segmento, a tentativa de ajuste fiscal em curso pode favorecer a retomada da atividade, mas a maioria, 58%, não consegue ver no esforço de ajuste das contas do governo a possibilidade de retirar a economia de seu estado letárgico.


Questionados se aceitariam pagar 1% a 1,5% a mais de imposto como forma de ajudar a tirar o país da crise, 79% dos entrevistados rejeitaram a proposta.


Apenas 21% dos consultados concordaram, com a ressalva de que seria necessário, antes, debelar dificuldades no plano político e institucional.


O quadro de ceticismo quanto ao ajuste repete-se em relação às perspectivas das empresas para a atividade. "O quadro do último trimestre está dado e é de piora", comenta Joseph Couri, presidente do Simpi. "Em uma época que deveria ser de contratações, as empresas estão demitindo e fazendo ajustes para baixo."


Ele prevê para 2016 a repetição da retração econômica deste ano. O Simpi projeta queda de até 3,5% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 e de 3% no ano que vem.


Couri classifica o quadro como "preocupante" e revela que, pelos dados do sindicato, 77% dos empresários do setor acreditam que possam encerrar as atividades no médio prazo. De acordo com o Simpi, 26% dos empresários do setor acreditam que em função do cenário ruim podem ter de fechar suas empresas nos próximos três meses.


O Datafolha entrevistou 307 empresários do segmento da micro e pequena indústria do Estado de São Paulo entre 11 e 13 de novembro. O intervalo de confiança da pesquisa é de 95% e a margem de erro, de seis pontos percentuais.



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