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Para analistas, alta da indústria no mês de maio é pontual
03/07/2015 às 12h36A produção da indústria brasileira cresceu 0,6% em maio frente a abril, resultado que surpreendeu economistas. A maior parte estimava uma nova queda no mês. A alta foi motivada especialmente pela fabricação de equipamentos de transporte e de derivados de petróleo, informou o IBGE nesta quinta-feira (2). Mas, na avaliação de especialistas, o desempenho não indica uma virada no comportamento da indústria. "Essas atividades ainda têm saldo negativo importante. Permanece o quadro de resultado negativo e um espalhamento do menor ritmo de produção", afirmou André Macedo, gerente da coordenação de indústria do IBGE. O pessimismo é justificado pelos dados anuais. Frente a maio de 2014, houve queda de 8,8%. Foi o 15º mês seguido de produção industrial menor ante o mesmo mês do ano anterior. Desta vez, houve recuo na produção de 71,4% dos 805 produtos pesquisados, o maior percentual da série histórica, de 2013. "Você pode ter um espasmo. O quadro não muda. A impressão é que o pessoal segurou o quanto pôde e, então, veio o efeito bola de neve. Quando você olha para o lado e vê seu concorrente encolhendo, você encolhe também", afirmou José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator. Itaú, Bradesco e Fator estimam contração de 1,7% na economia brasileira em 2015. Todos os três bancos sinalizam que a estimativa pode ser revisada para baixo. Os estoques seguem em alta, enquanto o uso da capacidade instalada e a confiança dos empresários permanecem em queda. "A contração de 1,7% da economia e a de 4,0% na produção industrial em 2015 já podem ser consideradas ligeiramente otimistas", afirmou Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco, em relatório.
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