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Pagamento eletrônico pode deslanchar

20/07/2015 às 11h08

Anunciado em 2009, o Débito Direto Autorizado (DDA), serviço que permite a entrega eletrônica de boletos de cobrança para pessoas físicas e empresas, pode finalmente chegar ao seu potencial no país com a reforma que a Febraban vai conduzir nesses instrumentos de pagamento. O sistema, embora funcione bem entre empresas, sempre esbarrou na resistência dos prestadores de serviços, os tradicionais emissores de boletos, em migrar da cobrança simples para a registrada.

"O DDA é um projeto interessante, mas que acabou ficando aquém do potencial", afirma Leandro Vilain, diretor de política de negócios e operações da Febraban. "O novo projeto será uma espécie de continuação do DDA", diz. O DDA é viabilizado pela Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP), empresa que pertence aos bancos e que deve ficar responsável pelo novo sistema centralizado de compensação de boletos no país.

Hoje, cerca de 8 milhões de boletos são liquidados por mês no DDA. Os bancos estimam que a entrega eletrônica de boletos gere uma economia de cerca de R$ 60 milhões por ano em custos de impressão e postagem de boletos aos emissores do instrumento. Segundo dados da CIP, desde que foi criado, foram lançados cerca de 1,3 bilhão de boletos no DDA, uma parcela ínfima do total de boletos no país.

Não custa lembrar que mesmo o setor financeiro costuma emitir uma série de boletos sem registro para seus clientes, em especial nas áreas de cartões, seguros e consórcios. Com o incentivo da Febraban para migração para a cobrança registrada, os bancos se preparam para mudar esse quadro. "Os boletos que o banco emite vão passar a ser registrados até o fim deste ano, na nossa expectativa", diz João Carlos Pinto de Mello, gerente executivo de Soluções de Atacado do Banco do Brasil (BB).

O BB planeja já para o segundo semestre um projeto para promover a adesão de novos pagadores de boleto ao sistema do DDA. Da base de correntistas do banco, apenas 1,2 milhão de pagadores está registrado no sistema. O banco público tem uma base total de 62 milhões de clientes, sinal do grande espaço que o DDA ainda tem para trilhar.

Na visão de Mello, embora os aplicativos móveis dos bancos tenham facilitado o pagamento de boletos pela pessoa física, ainda há muito que o DDA pode fazer. A ferramenta ajuda a impedir, por exemplo, que boletos sejam esquecidos pelos pagadores e permite cadastrar alguns prestadores de serviços para programar débitos automaticamente.






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