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Não há razão para crer que fontes para crédito rural crescerão, diz André Nassar
Secretário de Política Agrícola afirma que subsídios para apoiar comercialização devem ganhar destaque no próximo ciclo
Fonte: Globo Rural - 07/03/2016 às 09h03O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, André Nassar, afirmou que não há razão para acreditar que neste ano as fontes para crédito rural vão crescer. Em função disso, ele explicou que o Plano Safra 2016/2017 está sendo trabalhado em torno de diversificação de fontes. Durante seminário realizado pelo Instituto Pensar Agrícola e pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), ele afirmou, inclusive, que o ministério tentará criar a Cédula de Produto Rural Florestal (CPRF).
Além desse papel, Nassar acredita que o volume de recursos será incrementado pelas Cédulas de Recebíveis do Agronegócio (CRA) indexado em dólar, Letras de Crédito de Agronegócio (LCA) e Cédulas de Produto Rural(CPR).
Nassar ainda afirmou que para o Plano Safra ficar adequado, é preciso que o produtor leve para o governo suas demandas e relate como está o atendimento operacional no acesso ao crédito rural.
O secretário explicou que há uma demanda crescente por crédito de comercialização e deu indicações de que essas linhas devem ganhar destaque no próximo ciclo. "A gente sabe que tem demanda por recursos de comercialização. Hoje ela tem limitação importante", disse.
"Quando tinha preço de commodities muito alto, não tinha preocupação com comercialização. Agora, o produtor conseguir vender o produto de forma escalonada na safra, pode fazer diferença", observou.
Para o seguro rural, Nassar vê a necessidade de uma remodelagem para aprimorar o programa. Ele disse que é preciso criar o cadastro de produtores e de produtividade e argumentou que com esses dados será possível ao ministério criar um sistema de análise de risco, semelhante ao que segurados e bancos possuem.
O secretário argumentou que para o ministério, o ideal seria ter dinheiro para proteger 31 milhões de hectares - áreas consideradas de maior risco, onde tem embate entre banco e produtor sobre o valor do prêmio do seguro. Para isso, seria necessário R$ 1,1 bilhão.
"Com 1,1 bilhão, conseguiríamos proteger 100% do crédito para custeio tomado pelas oito principais lavouras, o equivalente a R$ 30 bilhões", calculou Nassar.