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Mulheres e Jovens lideram inadimplência no Brasil

14/03/2007 às 14h43

jornal Folha de S. Paulo 13/03/2007 - Mercado Aberto                    

Mulheres e jovens estão no topo da lista da inadimplência brasileira entre janeiro e fevereiro deste ano. Pesquisa realizada pela Telecheque com 836 consumidores mostrou que 52% das pessoas que estão na "lista negra" do comércio são mulheres e 42% têm idade entre 21 e 30 anos.

A maioria dos inadimplentes têm segundo grau completo (42%) e é empregado de empresa privada (41%).

Para José Antônio Praxedes Neto, vice-presidente da Telecheque, os dados podem ser explicados pela alta do ingresso bancário, baseado no crescimento do número de contas correntes no país. "Ainda não temos os números de 2006, mas em 2005, as contas cresceram cerca de 8%", diz.

A resposta sobre os motivos da inadimplência estaria na inexperiência do consumidor, já que a maioria é de jovens, recém-ingressos no mercado de trabalho, sem renda suficiente.

Na lista dos produtos comprados, se destacam, com 20% das respostas, as confecções, o que também pode ser explicado pela faixa etária da maioria inadimplente. Os produtos de grife são os principais vilões que levam "ao deslumbre do cheque pré-datado".

A pesquisa mostra que o principal motivo que leva à inadimplência é o descontrole financeiro (46%), o que, para Praxedes, também está ligado à faixa etária e à inexperiência sobre a vida financeira.

Há um alerta, no entanto, para o crescimento do número de pessoas com idade avançada, mais de 60 anos, que alegam o mesmo motivo. Há um ano, o número chegava a 1%. "Eles são vítimas do crédito consignado. Muitas vezes, começam a usá-lo para ajudar os jovens."

Em segundo lugar, entre os motivos citados, com apenas 13% das respostas, está o empréstimo do nome para outra pessoa. O dado também é relevante porque mostra uma mudança de perfil em relação a pesquisas anteriores -há um ano, chegava a 16%. "Emprestar o nome era bem mais comum no passado. O brasileiro começa a entender que não pode emprestar o nome."

A faixa mais alta de valor de produtos teve o menor nível de inadimplência. Produtos com preço acima de R$ 1 mil tiveram apenas 4%, enquanto produtos na faixa entre R$ 100 e R$ 199 tiveram 28%, ocupando o primeiro lugar.

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