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Moody's acredita que bancos podem cumprir exigências Basileia 3

07/08/2015 às 10h27

Os bancos brasileiros sistemicamente importantes estão encaminhados para cumprir as exigências de capital sob Basileia 3, avalia a Moody’s. Para a agência de classificação de risco, Itaú Unibanco, Santander e Bradesco — mesmo com a aquisição do HSBC Brasil — terão condições de alcançar os patamares em 2019. Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal também poderão cumprir as exigências, mas terão que emitir instrumentos de capital adicionais de nível 1 e/ou nível 2.

Em relatório divulgado nesta quinta-feira, a Moody’s lembra que estas são as instituições identificadas pelo Banco Central (BC) como sistemicamente importantes no cenário doméstico e, juntos, controlam 67% dos ativos totais do sistema.

“Baseado em nossas projeções de crescimento do crédito e lucro nos próximos quatro anos, esperamos que o resultado retido será suficiente para cumprir os padrões de Basileia 3 para capital de nível 1”, apontam os analistas da agência.

BB e Caixa ficarão muito próximos do patamar mínimo, considerando um cenário em que a taxa anual de crescimento média dos bancos seja de 10,5% entre 2015 e 2019. “Se esses bancos decidirem manter capital acima do mínimo, terão que reduzir mais o crescimento ou cortar dividendos.” A agência trabalha com um cenário em que o ritmo de crescimento dos ativos ponderados pelo risco dos bancos públicos deva cair para o mesmo patamar dos bancos privados, ficando em um nível semelhante entre 2016 e 2019.

A Moody’s também lembra que a constituição de um colchão de capital contracíclico, exigência adicional de Basileia 3 e que seria formado em períodos de crescimento elevado, poderá ser de até 2,5% dos ativos ponderados pelo risco no Brasil. “No entanto, não está claro que condições específicas vão levar à ativação do colchão, já que elas terão que ser definidas explicitamente em regulação”, ponderou. Em um exercício com três cenários, a agência aponta que Itaú e Bradesco teriam capital suficiente em todos os casos, mesmo com a implementação dos colchões.

“Entretanto, não esperamos que o Banco Central exija os colchões contracíclicos nos próximos quatro anos dado o ambiente econômico fraco e a falta de visibilidade sobre quando o sistema bancário começará seu próximo ciclo de expansão do crédito”, acrescentou a agência.

A Moody’s também projeta uma gradual aceleração no potencial de crescimento do crédito em relação ao PIB nominal até 2019. Atualmente, a agência trabalha com um múltiplo em que o crescimento do crédito representa 1,4 vez o do PIB nominal. Esse múltiplo deve chegar a 1,6 vez até 2019. Entre 2012 e 2014, porém, ele foi maior, em 1,9 vez.





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