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O aposentado que quer contrair um empréstimo consignado tem
de correr contra o tempo. Bancos e financeiras já estão autorizadas desde
ontem, após publicação de regulmanetação no Diário Oficial da União a
reajustar o teto das taxas de juros desse tipo de operação de crédito. Com o
novo percentual, os juros para o empréstimo pessoal passam de 2,14% para 2,34%
ao mês. Já para empréstimos feitos pelo cartão de crédito (cujo limite para a
consignação é de 5% do benefício), a taxa sobe de 3,06% para 3,36% ao mês.
Apesar de autorizados, muitos bancos ainda não mexeram nas taxas. Nas dez agências
bancárias e financeiras localizadas na região do Comércio e do Centro de Salvador
visitadas pelo CORREIO, o reajuste ainda não estava sendo aplicado às operações
contratadas. Porém, as assessorias dos bancos Bradesco e Santander adiantaram à
reportagem que vão aumentar a taxa. O Bradesco desde ontem. O Santander não
especificou a data. O presidente da Associação Nacional das Empresas Promotoras
de Crédito e Correspondentes do País (Aneps), Edison Costa, disse que a tendência
da maioria das financeiras e dos bancos é segurar o reajuste até 2016. “Não há
dúvida de que o aumento de juros vai acontecer, acredito que no início do ano
chega, já que há um crescimento maior no volume das carteiras de crédito”,
argumentou.
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Taxas menores
Enquanto bancos e financeiras não aplicam o rejuste, o aposentado que precisar
do consignado deve buscar a melhor taxa de juros, como ressalta a educadora
financeira da DSOP Educação Financeira, Meire Cardeal. “Vale fazer uma pesquisa
e optar por aquela que cubra a oferta”, afirmou.
Para a especialista, o aposentado deve optar, sobretudo, por prazo menor no
financimanto. “Outra dica é buscar o crédito em um banco onde seja fidelizado e
optar por um prazo de financiamento que não seja tão longo”, falou.
No aperto
Segundo dados da Previdência Social, só na Bahia, na folha de outubro, 798.413
mil benefícios
estão com parcelas de empréstimo consignado. No estado, são 2,3 milhões de
beneficiários. Ou seja, um em cada três aposentados possui empréstimo com
desconto em folha na Bahia.
Luzinete Oliveira, 54 anos, faz parte desse grupo. No momento, ela paga três
empréstimos diferentes, parcelados em 70 meses, que leva R$ 236 do benefício de
um salário mínimo (R$ 788) que recebe.
“Tive que fazer isso para poder terminar a reforma de minha casa”. No caso
dela, o jeito é não confundir o valor da renda com o consignado, como sinaliza
o educador financeiro Rodrigo Azevedo. “É a menor taxa de juros do mercado. O
que as pessoas não podem é achar que crédito é renda”.
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