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Mercado financeiro prevê menos inflação e alta menor do PIB neste ano

Expectativa dos analistas para o IPCA de 2017 recuou de 3,46% para 3,38%. Mercado vê alta menor do PIB neste ano e redução mais forte dos juros.

Fonte: G1 - 10/07/2017 às 11h07

mercado financeiro voltou a reduzir suas estimativas de inflação para os anos de 2017 e de 2018 e também baixou a previsão de crescimento da economia brasileira neste ano.


As expectativas foram coletadas pelo Banco Central na semana passada e divulgadas nesta segunda-feira (10) por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. Mais de cem instituições financeiras foram ouvidas.
Para o comportamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2017 – a "inflação oficial" do país –, o mercado baixou sua previsão de 3,46% para 3,38%. Foi a sexta queda seguida do indicador.


Com isso, manteve-se a expectativa de que a inflação deste ano ficará abaixo da meta central para o ano, que é de 4,5%. A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e deve ser perseguida pelo Banco Central, que, para alcançá-la, eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).


A meta central de inflação não é atingida no Brasil desde 2009. À época, o país ainda sentia os efeitos da crise financeira internacional de forma mais intensa.


Pelo sistema vigente no Brasil, a meta de inflação é considerada formalmente cumprida quando o IPCA fica dentro do intervalo de tolerância também fixado pelo CMN.


Para 2017, esse intervalo é de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima do centro da meta. Assim, o BC terá cumprido a meta se o IPCA terminar este ano entre 3% e 6%.


Para 2018, a previsão do mercado financeiro para a inflação caiu de 4,25% para 4,24% na quinta redução consecutiva. O índice segue abaixo da meta central (que também é de 4,5%) e do teto de 6% fixado para o período.


Produto Interno Bruto
Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2017, o mercado financeiro reduziu sua estimativa de crescimento de 0,39% para 0,34%.


O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no país, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.


Em 2016, o PIB brasileiro caiu pelo segundo ano seguido e confirmou a pior recessão da história do país, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Para 2018, os economistas das instituições financeiras mantiveram sua estimativa de expansão da economia em 2%.


Taxa de juros
O mercado financeiro baixou sua previsão para a taxa básica de juros da economia, a Selic, de 8,5% para 8,25% ao ano no fechamento de 2017.


Ou seja, os analistas passaram a estimar uma redução mais forte dos juros neste ano. Atualmente, a Selic está em 10,25% ao ano.


Para o fechamento de 2018, a estimativa dos economistas dos bancos para a taxa Selic recuou de 8,25% para 8% ao ano. Com isso, estimaram que os juros terão queda maior também no ano que vem.


A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. A instituição tem de calibrar os juros para atingir índices pré-determinados pelo sistema de metas de inflação brasileiro.


As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços. Entretanto, também prejudicam a economia e geram desemprego.


Câmbio, balança e investimentos
Na edição desta semana do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio do dólar no fim de 2017 permaneceu em R$ 3,35. Para o fechamento de 2018, a previsão dos economistas para a moeda norte-americana avançou de R$ 3,40 para R$ 3,45.


A projeção do boletim Focus para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2017 subiu de US$ 58,75 bilhões para US$ 59,5 bilhões de resultado positivo. Para o próximo ano, a estimativa dos especialistas do mercado para o superávit avançou de US$ 46 bilhões para US$ 46,5 bilhões.


A previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, em 2017, permaneceu em US$ 75 bilhões. Para 2018, a estimativa dos analistas ficou estável também em US$ 75 bilhões.

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