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Mercado de cartões segue aquecido em 2008, prevê CSU

31/01/2008 às 22h05

Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados

Aluísio Alves

O ritmo de crescimento do mercado doméstico de cartões de crédito em 2008 será igual ou superior ao registrado no ano passado. A previsão é de Wanderval Alencar, diretor-executivo da CSU CardSystem, a maior processadora independente de meios eletrônicos de pagamento do País, com 18% do setor.

Segundo ele, dois fatores devem alavancar o setor. O primeiro é o cartão de crédito para desconto em folha de aposentados e pensionistas do INSS, previsto para entrar em vigor entre maio e junho. "Só isso cria um mercado potencial de cerca de 8 milhões de novos clientes", calcula. Ele conta que a companhia já foi procurada por cinco bancos interessados em lançar seus cartões para esse público quando o produto for regulamentado.

De outro lado, Alencar prevê a expansão dos chamados cartões híbridos, aqueles que unem private label e cartão de crédito, a exemplo do que fez o Carrefour. "Está aumentando o número de grandes redes varejistas em criar produtos de crédito financiados por elas mesmas, em vez de buscar parcerias com bancos", diz.
De acordo com dados da Abecs (Associação Brasileira das. Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), a base de cartões de crédito subiu 17% no ano passado, para 93 milhões de unidades. No mesmo período, a CSU registrou uma expansão de 37%, para 16,8 milhões de plásticos. De acordo com Alencar, a tendência é que esse ritmo se mantenha, porque contratos de vulto anunciados no fim de 2007 - Carrefour, Porto Seguro e Omni/BicBanco - só devem começar a ganhar escala a partir deste ano. De acordo com relatório recente da companhia, só estes três projetos podem gerar 7 milhões de novos cartões nos próximos dois anos, o equivalente a 45% da base de plásticos da processadora em setembro de 2007. Além disso, a CSU ainda tem um contrato com a Caixa Econômica Federal que está com o cronograma atrasado.

Para Alencar, além de varejistas, outras empresas com larga base de clientes e relacionamento contínuo com estes também estariam prospectando esse mercado, a exemplo do que fez a Porto Seguro. Segundo ele, o interesse das redes de varejo por cartões híbridos, sem a parceria com uma instituição financeira, deve-se ao entendimento de que elas mesmas detêm experiência na concessão de crédito a seus clientes e que podem explorar oportunidades de negócios em situações para as quais os bancos torcem o nariz.

Um exemplo são os clientes não bancarizados. Ele explica a lógica dos bancos de exigir dados cadastrais para autorizar financiamento muitas vezes é diferente da empregada pelos lojistas, que se valem da relação de confiança com os clientes. "Especialmente em regiões interioranas, os vendedores dão crédito àqueles em quem confiam e conhecem, mesmo que estes não tenham documentos de comprovação bancária e de residência", conta.
Aposta em serviços

Além disso, Alencar aponta que há uma crescente procura entre essas empresas por lançar cartões que incluam produtos e serviços específicos, o que abriria um leque de oportunidades de parceria com o private label. Novamente, ela cita o exemplo da Porto Seguro, cujo cartão lançado em dezembro permite que o cliente converta em bônus os valores das compras feitas com o plástico, que servem como desconto para pagamento de seguro de automóveis. "As administradoras se acostumaram a premiar os portadores de cartões de crédito com milhagem aérea, mas muitos clientes não se interessam por isso", afirma. Redes de farmácias, por exemplo, já estariam buscando parcerias com bancos para ofertar cartões de crédito com vantagens específicas aos aposentados do INSS.

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