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Meirelles vê diferenças com Dilma, mas nega relação ruim

12/11/2015 às 11h15

Nome defendido pelo ex-presidente Lula para substituir Joaquim Levy no Ministério da Fazenda,Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central na gestão Lula, tem disposição em aceitar o cargo dependendo das "condições" de trabalho.

Meirelles, que nesta quarta-feira (11) estava em Brasília para um evento da indústria, fez questão de dizer a seus interlocutores que, até o momento, não recebeu nenhum convite nem mesmo sondagem da presidente.

Reportagem da Folha nesta quarta afirmou que, para integrantes do grupo de Lula, a presidente Dilma só vai aceitar Meirelles no lugar de Levy se a situação econômica piorar ainda mais.

Rumores da troca na Fazenda ajudaram o dólar à vista, referência no mercado financeiro, a recuar 0,32% nesta quarta, para R$ 3,776.

Uma das exigências de Meirelles para aceitar o cargo seria que Dilma deixasse bem claro que a definição da política econômica do governo seria uma responsabilidade do Ministério da Fazenda.

Questionado sobre se isso significaria a saída do ministro Nelson Barbosa (Planejamento), que disputa espaço na condução da politica econômica com Levy, Meirelles disse que não. Mas, para ele, não pode haver ambiguidade no comando da economia.

Meirelles admitiu que tem divergências sobre economia com Dilma. Mas não concorda com a avaliação de que a presidente não o tolera. Lembrou que, depois de ter vencido a eleição presidencial em 2010, ela o convidou para assumir a Autoridade Pública Olímpica, responsável pelos Jogos no Rio em 2016.

Ele chegou a aceitar, mas depois declinou porque algumas condições feitas por ele à presidente acabaram não sendo aprovadas no Congresso.

PRESSÃO

A pressão de Lula pela troca na Fazenda aumentou com a forte retração da economia, e os rumores da substituição começaram após uma reunião entre o ex-presidente e Dilma, na sexta-feira (6).

O encontro ocorreu um dia após a entrevista de Lula ao SBT em que afirmou sua intenção em ser candidato à sucessão presidencial em 2018.

A Folha apurou que, na conversa, Lula reafirmou sua intenção em ser candidato, mas que não haveria campanha possível sem que ela oferecesse "esperança".

Lula repetiu várias vezes que Dilma "tem que mudar" [uma referência ao ministro da Fazenda] e que precisa dar "sinal de alento" [na economia] até fevereiro do ano que vem, no máximo.

Ainda segundo apurou a reportagem, Dilma se vê sem opção. O único nome que ela considera para substituir Levy é o de Alexandre Tombini, presidente do Banco Central.

Tombini seria um "caminho do meio", mas o mercado o vê como alinhado à presidente. Nelson Barbosa teria ainda menos chances.

Dilma ainda não se manifestou a Lula sobre as exigências de Meirelles para que haja um convite. Uma das resistências da presidente seria, justamente, o papel de Barbosa caso o ex-presidente do BC seja o escolhido.


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