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Lula, Banco Central do Brasil e a reviravolta na economia e política brasileiras

A suspeita de que Lula usaria as reservas internacionais para tapar os buracos na nossa economia está deixando muita gente preocupada

Fonte: Acontecendo Aqui - 18/03/2016 às 11h03

Mesmo com 6 milhões de brasileiros manifestando nas ruas no último domingo a insatisfação de boa parte do povo brasileiro com o Governo Federal, sua presidente e com o ex-presidente Lula, a tática do governo de convidar Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo de Ministro da Casa Civil está gerando uma "guerra" nas esferas políticas, judiciais, econômicas e, também, na paciência da sociedade brasileira. A suspeita de que Lula usaria as reservas internacionais para tapar os buracos na nossa economia está deixando muita gente preocupada. Principalmente aqueles que "enxergam lá na frente" e sabem o que isso representará em termos de segurança jurídica, relacionamento internacional, diminuição de investimento estrangeiros e outras tantas possibilidades do gênero. A jornalistaEstela Benetti, colunista de economia do jornal Diário Catarinense, trouxe hoje uma interessante análise sobre essa questão que reproduzimos a seguir.

"Ninguém imaginava uma reviravolta dessas na política brasileira, nem uma recessão que não dá trégua. A nomeação do ex-presidente Lula para a Casa Civil, que significa um parlamentarismo não aprovado legalmente, agrava as crises e não significa saída para reverter a queda do crescimento econômico.Para complicar, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, cogitou pedir afastamento diante de suposto plano do ex-presidente Lula de usar parte das reservas cambiais para oferecer mais crédito visando a volta do crescimento. Se o Banco Central fosse independente, esse risco não existiria. 

É preciso equilíbrio na economia e confiança para a volta dos investimentos e a retomada do crescimento. Mas a conjuntura atual não oferece essas condições. Se intenções fossem suficientes seria muito mais fácil superar qualquer obstáculo. As instituições do país, como a Justiça e o Congresso, devem ficar atentas para a busca de soluções porque o desemprego está cada vez mais grave, atingindo milhares de trabalhadores. 

Num momento como este, faz falta a independência do Banco Central, com mandato definido. Se assim fosse, não teríamos hoje a inflação alta e, talvez, nem a recessão. Como copia muitos modelos dos EUA, o Brasil poderia imitar também o do FED o banco central americano, que tem como funções principais a política monetária (controle da inflação) e cuidados para que a economia cresça para garantir elevada oferta de empregos. A série de fatos desta quarta-feira mostra que o Brasil sofre uma crescente instabilidade com um governo que está próximo do fim. As manifestações nas ruas mostram que a paciência com a recessão e a corrupção acabou."

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