A entrevista completa foi ao ar às 21h30 desta sexta-feira (23) na GloboNews. "A gente parou de piorar do ponto de vista estrutural e está começando a melhorar e aí como você falou teve uma porção de coisas", disse o ministro ao falar à jornalista sobre a avaliação de seu próprio desempenho nos seis primeiros meses do ano.
"Nem todo mundo principalmente quando você olha a Câmara dos Deputados, nem todo mundo ali pensa em economia o dia interno, a cara tem a agênda A, um olha ecologia, outro olha necessidades especiais de algumas pessoas, outro gosta de relacionamentos internacionais, quando houve uma mudança, houve uma mudança forte da situação que a gente tá vivendo, até dos rumos da economia, demora um pouco de tempo para as pessoas entenderem", afirmou Levy.
Redução da meta fiscal
O ministro também falou sobre a redução da meta fiscal pelo governo. “Nós não jogamos a toalha, pelo contrário, nós vamos continuar a nossa política com muito vigor, mas ela tem que ser uma política realista”, disse Levy. Na quarta-feira (22), foi anunciado o reajuste da meta para para R$ 8,747 bilhões em 2015, o equivalente a 0,15% do PIB, ante previsão anterior de R$ 66,3 bilhões (1,19% do PIB). “O nosso objetivo é reduzir a incerteza na economia. Ajustar a meta não quer dizer reduzir o esforço fiscal”, afirmou. “Eu continuo cortando na carne.”
O ministro afirmou que "o Brasil terá que encontrar novos caminhos para voltar a crescer".
Impostos
A entrevista também abordou a proposta do governo para reformar o Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).
O ministro foi perguntado sobre a possibilidade de aumento da carga tributária, especialmente para o setor de serviços, que não poderia comprovar insumos para gerar créditos como a indústria, que teria impostos descontados por insumos para agregar valor aos produtos.
Levy elogiou a pergunta apontou que a questão é um “mal entendido”. “Hoje em dia esse cálculo é muito complicado, a gente vai mudar”, afirmou. “O quanto do produto foi insumos vai gerar um crédito”, disse, apontando que o funcionamento seria igual para indústria e serviços.
“O setor de serviços usa aluguel, luz elétrica, que hoje não é reconhecido”, exemplificou. “Se consegue agregar valor sem usar nenhum insumo, vou de tributar sobre o valor que agregou”, disse. “É razoável.”