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Juro do cheque é o maior desde 1995 e o do cartão sobe para 372% ao ano

31/07/2015 às 10h29

Taxa dos bancos no cheque especial somou 241,3% ao ano em junho.
Juro do cartão de crédito é maior da série, que começa em março de 2011.


Os juros do cheque especial tiveram nova alta em junho, e alcançaram 241,3% ao ano. É o maior patamar desde dezembro de 1995, em quase 20 anos, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta quinta-feira (30). Em maio, a taxa estava em 232% ao ano.

Isso significa que o consumidor que fizer uma dívida de R$ 1.000 no cheque agora vai dever ao banco, daqui a 12 meses, incríveis R$ 3.413.

Os juros cobrados pelos bancos nesta linha de crédito tiveram forte aumento nos últimos meses. No fim de 2013, estavam em 148,1% ao ano. O crescimento, portanto, foi de 93,2 pontos percentuais nos últimos 18 meses.

Cartão de crédito
Segundo o BC, os juros do cartão de crédito rotativo, que incidem quando os clientes não pagam a totalidade de sua fatura, atingiram expressivos 372% ao ano em junho – a mais alta de todas as modalidades de crédito. Em maio, estavam em 360,5% ao ano.

O patamar de maio é maior desde o início da série histórica, em março de 2011. O BC tem recomendado que os clientes bancários evitem essa linha de crédito.

Juntamente com o cheque especial, os juros do cartão de crédito rotativo são os mais caros do mercado e, segundo especialistas, devem ser evitados pelos consumidores, ou utilizados somente por um período curto de tempo.

Alta dos juros básicos da economia
O aumento dos juros bancários acompanha a alta da taxa básica da economia, fixada pelo Banco Central a cada 45 dias para tentar conter as pressões inflacionárias.

Desde outubro do ano passado o BC vem subindo os juros ininterruptamente. Naquele momento, a taxa estava em 11% ao ano. No fim de maio, já havia avançado para 13,75% ao ano, um aumento de 2,75 pontos percentuais. Os números mostram que os bancos elevaram suas taxas de juros ao consumidor de maneira mais intensa.

"New York Times" e rentabilidade dos bancos brasileiros Reportagem publicada recentemente pelo jornal norte-americano “The New York Times” diz que os juros praticados em algumas linhas de crédito no Brasil “fariam um agiota americano sentir vergonha”, citando os dos cartões de crédito em mais de 240% ao ano e de 100% cobrados pelos empréstimos bancários.

Economistas avaliam que o consumidor deve tentar evitar ao máximo o uso do cheque especial e do cartão de crédito rotativo por conta das altas taxas cobradas pelas instituições financeiras.

Para eles, estas são linhas de crédito para momentos de extrema necessidade e devem ser usadas por um período curto de tempo.

Segundo um levantamento feito pela consultoria Economatica para a BBC Brasil, apesar da desaceleração econômica, a rentabilidade sobre patrimônio dos grandes bancos de capital aberto no Brasil foi de 18,23% em 2014 – mais do que o dobro da rentabilidade dos bancos americanos (7,68%).

Consignado, crédito pessoal e veículos
No caso das operações de crédito pessoal para pessoas físicas (sem contar o consignado), de acordo com o Banco Central, a taxa média cobrada pelos bancos somou 111,9% ao ano em junho, contra 111,3% ao ano em maio. Nesse caso, houve uma alta de 0,6 ponto percentual.

Ainda segundo o BC, a taxa média de juros cobrada pelas instituições financeiras nas operações do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) somou 27,3% ao ano em junho - mesmo patamar de maio. É a taxa mais alta desde abril de 2012 (27,5% ao ano). Essa permanece sendo uma das linhas de crédito com menor taxa de juros do mercado.

Segundo o BC, a taxa média de juros para aquisição de veículos por pessoas físicas, por sua vez, somou 24,7% ao ano em junho, contra 24,8% ao ano em maio deste ano.





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