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Itaú: sem medo das fintechs

Fonte: * Maurício Renner cobre o Ciab Febraban em São Paulo a convite da SAP. - 22/06/2016 às 10h06

Roberto Setúbal, presidente executivo da holding Itaú Unibanco, acredita que os bancos brasileiros podem encarar com relativa tranquilidade o fenômeno das chamadas fintechs, companhias novas que, na opinião de muitos, estão levando a estratégia de “disrupção” para o mundo dos bancos.

 

Em palestra no Ciab Febraban nesta terça-feira, 21, Setúbal reconheceu no entanto que os bancos terão que reduzir suas margens de lucro e buscar maior eficiência operacional se quiserem se manter como o eixo central do universo financeiro.


“Se as margens ficarem menores, os custos precisam ficar menores. A equação vai seguir fechando se os bancos souberem trabalhar direito”, resumiu Setúbal, à frente do Itaú desde 1994, período no qual o banco entrou entre os 10 maiores do mundo em valor de mercado.


O executivo mostrou alguns dados do Itaú para mostrar que o banco vem fazendo sua parte quando o assunto é “trabalhar direito”.


O mais importante é a migração em massa dos clientes para os canais digitais de atendimento. Em 2008, 74% dos atendimentos ainda eram feitos por ATMs, telefone ou na boca do caixa. A cifra virou em 2013 e hoje já é o reverso: 71% dos clientes usam o Internet banking e, cada vez mais, os apps.


Em 2013, quando a tendência de migração para os celulares começou, o Itaú lançou oito versões de apps diferentes. No ano passado, foram 56. Uma nova versão é publicada a cada 15 dias. Com isso, o atendimento mobile triplicou desde 2013, chegando a 20% no ano passado.


Mais atendimento online é igual a menos agências e menos custos. Setúbal relembrou que desde a introdução dos primeiros caixas eletrônicos, em 1983, o número médio de clientes por agência passou de 2 mil para até 20 mil hoje e deve seguir crescendo.


A aposta em modelos de negócios cada vez mais digitais é uma maneira do Itaú de se igualar a concorrentes que já nascem com essa abordagem, mas Setúbal apontou maneiras mais sutis com as quais os bancos podem ganhar as startups no seu próprio jogo.


“Uma vantagem que nós temos é o maior volume de dados sobre clientes e as possibilidade de projetos de Big Data associados”, resumiu o banqueiro, que destacou também que o banco estava dando a largada a seus primeiros projetos de cloud computing neste ano, com planos de incrementar a aposta em 2017.


O executivo não deu detalhes de qual será a abordagem cloud do banco, mas muito provavelmente ela usará a infra do data center inaugurado em Mogi Mirim no começo do ano passado, a um custo de R$ 3,3 bilhões.
 

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