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Greve dos bancários mira centros

08/10/2015 às 09h39


Os bancários mudaram a estratégia da greve por tempo indeterminado, iniciada nesta terça­feira (6), e decidiram paralisar no primeiro dia não só as agências, como tradicionalmente ocorre, mas também os centros administrativos das principais instituições financeiras do país.



O objetivo é atingir os negócios realizados pelos bancos nessas unidades, como atividades ligadas a tecnologia da informação, operações de câmbio e arrecadação, segundo afirmaram entidades que representam os 500 mil bancários do país.



A Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro), ligada à CUT, informou que foram paralisados 35 centros administrativos e 6.251 agências de 20 Estados e do Distrito Federal. O número de funcionários nessas unidades não foi divulgado. O Brasil tem 23.110 agências em atividade, segundo o BC (Banco Central).



As instituições financeiras e a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) não divulgaram adesão à greve nem atividades afetadas.
A Folha apurou que parte dos bancos notou a mudança de estratégia na greve deste ano —as instituições esperavam adesão maior nas agências e foram surpreendidas pelo movimento nos centros de negócios.



Em São Paulo, o movimento teve adesão de 38 mil funcionários de 582 agências e 18 centros administrativos, segundo informou o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e
região (CUT).



Foram afetados, segundo o sindicato de São Paulo, centros administrativos do Itaú, do Bradesco, do Santander e do Banco do Brasil.


Nas regiões da Avenida Paulista e central, visitadas pela Folha, havia filas para fazer saques, depósitos e pagar contas. As agências não estavam atendendo os clientes e os serviços tinham de ser feitos via caixa eletrônico.



"No ano passado, o primeiro dia de greve envolveu 16 mil bancários de 626agências. Neste ano, já são 38 mil, o que mostra a insatisfação com a proposta de 5,5% de reajuste feita pelos bancos, longe de repor a inflação", diz Juvandia Moreira, que preside o sindicato de São Paulo.


 


ORIENTAÇÕES AO CONSUMIDOR
De acordo com o Procon­SP, mesmo com a paralisação, o consumidor continua com a obrigação de pagar faturas, boletos bancários e cobranças, mas as empresas são obrigadas a oferecer outro local de pagamento. A entidade recomenda que o consumidor entre em contato com a empresa e peça opções de formas e locais para pagamento, como internet, sede da empresa e lotéricas.
O consumidor deve documentar o pedido para que, posteriormente, possa reclamar ao Procon­SP se o fornecedor não o atender. Guarde os comprovantes de pagamento. Contas de água, luz e telefone podem ser pagas em casas lotéricas credenciadas.



COMO DRIBLAR A GREVE



Para que você possa se preparar, a Folha elaborou algumas dicas para driblar a paralisação. Confira abaixo:



1 ­ Pagar conta
O consumidor continua com a obrigação de pagar faturas, boletos bancários e demais contas, mas as empresas devem oferecer uma alternativa de pagamento, afirma Dori Boucault, advogado especialista em direitos do consumidor.



Para evitar a cobrança e o envio do nome a serviços de proteção ao crédito, o consumidor deve entrar em contato com a empresa e pedir opções de formase locais para pagamento, como internet, sede da empresa e casas lotéricas. O consumidor deve documentar o pedido para que, posteriormente, possa reclamar ao Procon­SP se o fornecedor não o atender. É preciso guardar os comprovantes de pagamento, para o caso de a empresa não acusar o recebimento do valor.



2 ­ Sacar dinheiro
Caixa eletrônico e terminais de autoatendimento 24 horas são alternativas para quem precisa sacar dinheiro. No entanto, os bancos estabelecem limites máximos de retirada por dia. No Bradesco, o valor varia de acordo com o dispositivo de segurança e vai de R$ 800 a R$ 2.000. Caixa e Banco do Brasil têm limite máximo de R$ 1.000. Correntistas da Caixa Econômica Federal também podem retirar dinheiro em casas lotéricas.


3 ­ Desbloquear cartão
O cliente pode fazer o desbloqueio do cartão nos terminais de autoatendimento localizados nas agências bancárias. Alguns bancos também permitem desbloquear pelo telefone e pela internet.



4 ­ Cadastrar senhas
Para utilizar os canais de atendimento na internet, é preciso cadastrar senha de acesso. Esse passo pode exigir uma etapa na internet e outra no terminal de autoatendimento. O cliente também terá que instalar dispositivos de segurança em seu computador.


5 ­ Investir ou resgatar aplicações
O investidor não deve ser muito afetado. O home broker (plataforma de negociações on­line) permite fazer investimentos ou resgates de aplicações. Além disso, há a opção de enviar pelo telefone ordens de compra e venda para a corretora.



6 ­ Transferências
Podem ser feitas pelo internet banking ou nos terminais de autoatendimento. Para valores elevados, é preciso cadastrar o destinatário do dinheiro. Alguns bancos exigem que isso seja feito na agência, mas outros permitem o uso do internet banking e do telefone. O valor mínimo para realizar uma TED (Transferência Eletrônica Disponível) é de R$ 250. Para DOC não há mínimo.


7 ­ Depósitos
O cliente pode efetuar depósitos nos terminais de autoatendimento localizados nas agências bancárias.


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