O fim da CPMF nas operações de crédito, como anunciou ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega, vai aliviar um pouco o bolso do consumidor. Isso porque a contribuição tem peso considerável no custo final dos empréstimos, explicam especialistas. Segundo cálculos do vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, em um financiamento de veículo no valor de R$ 25 mil, em 72 prestações, o consumidor acaba pagando cerca de R$ 243,36 de CPMF. Na compra de uma geladeira de R$ 1.500,00 em 24 meses, o custo é de R$ 11,10. "Portanto, a isenção da contribuição representa um impacto bastante positivo para os consumidores", avalia.
Em operações para o pagamento de dívidas ou outras finalidades, o impacto no bolso de tomador pode ser duplo. Isso porque ele paga a contribuição no momento em que usa o dinheiro do empréstimo e quando quita o contrato ao banco. Mas, na avaliação do executivo, embora positiva, não é essa medida que vai influenciar na tomada de mais crédito pela população. "O consumidor não leva em conta o custo da CPMF na hora de pegar um empréstimo", afirma Oliveira.
O presidente da Austin Rating, Erivelto Rodrigues, também elogiou a decisão do governo de baratear o crédito. Mas alertou que esse é apenas um dos itens de um conjunto de medidas que precisam ser revisadas, como o caso dos compulsórios e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). "De qualquer forma, haverá uma redução importante no custo final para os consumidores." |