Área exclusiva de acesso do associado ANEPS. Para acessar a área restrita da CERTIFICAÇÃO, CLIQUE AQUI

Últimas
Notícias

Gerdau vê coalizão em curso para uma saída da crise

26/10/2015 às 11h17


O empresário Jorge Gerdau Johannpeter havia chegado a São Paulo naquela madrugada, vindo de Brasília. E, no fim da manhã, já estava em evento que reuniu empresários para discutir a crise nacional.


Aos 78 anos, o presidente do conselho administrativo do Grupo Gerdau é um dos empresários que mais acumulou convivência com governos em crise. No final daquela manhã, apesar de enfadado da capital federal " Brasília me faz muito mal" o empresário estava entusiasmado com a busca de saídas para um momento que comparou àquele vivido pelo governo Itamar Franco (19921994) "Estamos chegando muito perto de construir uma coalizão em que o país se una para resolver seus problemas". Empresários com largo trânsito pelo poder e envolvimento direto com a modernização da gestão administrativa, parece improvável que Gerdau estivesse se referindo à substituição da presidente Dilma Rousseff, cenário que, nas últimas semanas, mostrou convergência com o calendário eleitoral de 2018.


O mais provável é que o empresário tenha se referido a uma coalizão de poder que envolva o Congresso, maior entrave à aprovação de medidas para reduzir o déficit público, como a manutenção dos vetos presidenciais a aumentos do funcionalismo, a prorrogação da DRU e a CPMF. "É um absurdo que cheguemos ao final do ano sem ajuste fiscal", disse, antes de cobrar daquela plateia empresarial, mais envolvimento com a conjuntura.


"Vem alguma coisa do Congresso se deixarmos correr solto?", indagou o empresário para calçar a afirmação de que a sociedade civil estaria 'omissa' em relação à conjuntura.


Gerdau não revelou sua agenda em Brasília mas mencionou encontro na Ordem dos Advogados do Brasil. Tem a convicção de que o Judiciário é um dos motivos que o levam a acreditar num país é 'cinco, dez vezes melhor' do que em crises passadas.


Naquela tarde, a procuradoria geral da República e parlamentares governistas procuravam saídas para fundamentar um pedido de afastamento do presidente da Câmara sob o argumento de que sua permanência no cargo estaria sendo usada para dificultar as investigações da Lava-jato e o andamento do processo por sua cassação no Conselho de Ética.


O presidente do conselho de administração da Gerdau não mencionou nomes em sua fala de 29 minutos. Limitou-se a dizer que "o perfil dos interesses individuais está prejudicando" a aprovação do ajuste fiscal e a propugnar a busca de um consenso como aquele que, em 1993, levou à coalizão que pôs em curso o plano real.


Parece claro que a busca deste consenso não tem hegemonia petista. A ilusão das commodities e da fartura do petróleo deixou passar vazio o bonde da história na era lulista" Me irrito porque também cheguei a pensar que o Brasil pode tudo". Mas não é a irritação que hoje parece mover o empresário.


A crise, disse, aguça sua criatividade " Animal de barriga cheia não caça".



Compartilhar no

WhatsApp Facebook Twitter

RECEBA NOSSAS NOVIDADES

Este site usa cookies para fornecer a melhor experiência de navegação para você. Para saber mais, basta visitar nossa Política de Privacidade.
Aceitar cookies Rejeitar cookies