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Fraude em empréstimos chega a R$ 10 mi

13/05/2011 às 10h21

 

 

 

Fraude em empréstimos chega a R$ 10 mi

Gazeta do Povo - PR

 

Empresa VC Consultoria é acusada de aplicar golpes contra aposentados e pensionistas do INSS. Total de vítimas pode passar de 15 mil

Publicado em 12/05/2011 | Fernanda Leitóles, Fernanda Trisotto, Gladson Angeli e Rafael Waltrick, especial para a Gazeta do Povo

A empresa VC Consultoria, com filiais no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro, foi fechada ontem du­­rante a Operação Consignado, da Polícia Civil. Seis pessoas ligadas ao grupo foram presas sob a suspeita de fraudar empréstimos de aposentados e pensionistas do Ins­ti­­tu­­to Nacional do Seguro Social (INSS). A estimativa é de que o golpe tenha causado prejuízo de R$ 10 milhões.

Diante da apreensão de 15 mil contratos em branco assinados, a polícia estima que o número de vítimas no Paraná, Santa Catarina e Rio de Janeiro possa superar essa marca, já que muitas talvez nem saibam que foram enganadas. Con­­forme as investigações, a empresa usava várias estratégias para subtrair valores de benefícios do INSS destinados a aposentados e pensionistas. Descontos eram aumentados ou feitos sem o consentimento das vítimas.

Três aposentados que não quiseram se identificar contaram à Gazeta do Povo que contrataram empréstimos consignados com a VC e estão tendo dificuldades para cancelar o acordo. Eles relatam que os valores descontados dos be­­nefícios do INSS são superiores aos que haviam sido solicitados.

Investigações

Segundo o Ministério Público do Paraná (MP), práticas comerciais abusivas envolvendo empréstimos consignados feitos na VC Consultoria eram investigadas desde o início de 2011. Denún­cias le­­vantaram a suspeita de que a empresa cometia crimes de estelionato, propaganda enga­­nosa e coação na contratação de empréstimos não solicitados por aposentados, pensionistas e idosos.

Com isso, o MP solicitou que a Delegacia de Crimes Contra a Economia e Proteção ao Consu­­mi­­dor (Delcon) instaurasse um inquérito policial. O delegado Jairo Esto­rilio conta que, desde então, a Del­con já recebeu cerca de 100 denúncias contra a VC. O advogado Hei­­tor Fabreti Aman­te, que representa a empresa de consultoria, afirmou ontem que não poderia comentar o caso por não ter tido acesso ao teor das denúncias.

Além da apreensão dos 15 mil contratos, sete veículos de luxo foram retidos durante o cumprimento de 41 mandados de prisão e de busca e apreensão. Entre os detidos está Neviton Pretti Caetano, 59 anos, apontado como dono da empresa. Ele foi detido em balneário Camboriú (SC), assim como sua mulher, Shirlei dos Santos Ramos, e o motorista Arnaldo Weber Junior. Em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, foram presos Letícia Justimiano dos Santos, apontada como laranja da quadrilha, e Alexandre Rafael Nascimento Santana, gerente da empresa. Em Curitiba, foi presa Neide Fernandes, identificada como gerente da empresa e bra ço direito de Caetano. Todos os presos foram trazidos para Curitiba.

Ao todo, 17 lojas da VC foram fechadas ontem, sendo três em Santa Catarina, uma no Rio de Janeiro e 13 no Paraná – cinco em Curitiba e filiais em Maringá, Cascavel, Londrina, Francisco Beltrão, Telêmaco Borba, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa e Paranaguá.

Métodos

Os golpes da VC Consultoria eram aplicados de três formas diferentes:

- Em alguns casos, o interessado telefonava para a empresa pedindo informações sobre empréstimo. Mesmo sem autorização, o contrato era efetuado. "Quando a pessoa percebia os descontos, eles persuadiam o cliente a ficar com o dinheiro, alegando que a devolução do valor iria demorar. Com isso, a empresa recebia a comissão do empréstimo", explica o delegado Itiro Hashitani, do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos.

- A empresa também fazia com que os clientes assinassem várias cópias de contrato em branco usadas mais tarde em outros empréstimos sem o conhecimento do cliente.

- Sem que a vítima soubesse, empréstimos eram feitos com valores baixos descontados do benefício (R$ 9). Assim, além de receber o valor da comissão, a empresa se apropriava dos valores dos empréstimos.

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