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Fintechs miram em conta bancária

Brasil lidera o ranking do número de pessoas desbancarizadas

08/10/2019 às 03h10

O Brasil lidera o ranking do número de pessoas não incluídas no sistema bancário na América Latina, de acordo com o último relatório Global Findex Database, do Banco Mundial. São 45 milhões de brasileiros que só usam dinheiro de papel e recorrem ao cartão de crédito quando acham necessário. Eles movimentam 820 bilhões de reais por fora dos bancos, segundo um estudo do Instituto Locomotiva. Para atender essa demanda, várias fintechs, startups e bancos digitais apostam em inovações tecnológicas para atrair quem só usa dinheiro de  papel. A notícia também é uma boa oportunidade para os correspondentes que oferecem diversos serviços onde praticamente não há agências físicas.
 
O relatório também revela que no mundo todo, há 1,7 bilhão de pessoas excluídas do sistema financeiro. Trata-se de um mercado enorme que historicamente é ignorado pelas instituições bancárias.
 
O aplicativo de pagamentos PicPay é um dos pioneiros nessa prospecção. Hoje, a fintech tem mais de 12 milhões de usuários - cerca de 90% desse público possui conta em banco. O próximo passo, de acordo com o presidente da empresa, Gueitiro Genso, é mirar os sem-conta bancária. “Vimos muitos moradores esperando 1 hora na fila da lotérica, sob o sol. Eles precisam de soluções”, diz Genso. A fintech pretende fazer parcerias com varejistas conhecidos nas comunidades mais afastadas, em que as pessoas poderão inserir dinheiro em suas carteiras eletrônicas.
 
Os cinco grandes bancos brasileiros respondem por 71% das concessões de crédito no país. Essas instituições não chegam a todas as localidades, já que 62% dos que não possuem conta bancária não vivem em capitais nem em regiões metropolitanas. É um nicho a ser explorado.
 
Para que mais pessoas entrem no sistema financeiro, irá depender da melhoria da infraestrutura, ofertas de emprego, do desempenho econômico, além, é claro, da confiança do consumidor. No entanto, a evolução da tecnologia tem forte contribuição para que os serviços alcancem este público. “Um banco digital tem um custo de serviço que representa um terço do custo de um banco tradicional. Isso permite a essas empresas atender quem nunca teve acesso”, diz Guilherme Horn, diretor de inovação da consultoria Accenture na América Latina e conselheiro da ABFintechs, a Associação Brasileira de Fintechs.
 
Leia mais em
https://exame.abril.com.br/revista-exame/o-brasil-sem-banco/
 

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