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Financiamento do agronegócio terá que avançar em direção ao mercado de capitais
Mercado de capitais tem enorme potencial para o financiamento do agronegócio
Fonte: JORNAL CANA - 21/10/2016 às 09h10Com a tendência estrutural de diminuição do crédito rural de origem pública, seja advindo do Plano Safra, bem como proveniente do BNDES, o mercado de capitais terá que ser cada vez mais acionado pelo setor sucroenergético e o agronegócio em geral como fonte de financiamento. Esta foi a principal constatação de executivos de bancos e corretoras, entre outros especialistas reunidos em painel na 16ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, que se encerrou nesta terça-feira (18), em São Paulo (SP).
Segundo Pedro Mesquita da XP Investimentos, o mercado de capitais tem enorme potencial para o financiamento do agronegócio, com destaque, inicialmente, para os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA). Este título vem despontando como opção de aplicação para o investidor pessoa-física, por ser isento de tributos, e assim tem ganhado espaço como instrumento de captação de recursos por parte de quem emite [empresas do agronegócio, por exemplo], que enxergam neste papel uma alternativa menos custosa e com mais capital se comparada ao financiamento oficial.
Citando números da própria XP, Mesquita disse que os negócios com CRA na corretora devem saltar de R$ 20 milhões registrados em 2015 para cerca de R$ 50 milhões neste ano.
Na avaliação de Carlos Aguiar, superintendente executivo de agronegócio do Santander, diante da dificuldade de o Estado manter a carteira de crédito rural oficial, fica claro que a saída para o financiamento do setor rural são os títulos do agronegócio. “Há a necessidade de desenvolvimento de um novo modelo de financiamento para o agronegócio ancorado em gestão de riscos e mercado de capitais”, endossou Renato Buranello, do Demarest Advogados.
Por sua vez, Guilherme Pessini Carvalho, do Itaú BBA, ressalvou que, de fato, o mercado de capitais é uma alternativa a ser considerada, mas se trata de um universo ainda restrito a um grupo seleto de empresas. “Ter boa governança corporativa é princípio básico para operar no mercado de capitais”, pontuou Mesquita.