|
Total de metalúrgicos dispensados pela montadora a partir do último sábado era estimado pelo sindicato em 250 até o início da semana; empresa não revela números e recorre à Justiça contra a greve na fábrica Xandu Alves São José dos Campos - Atualizado às 20h
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José estima em mais de 500 o número de trabalhadores demitidos do complexo industrial da General Motors na cidade. Os desligamentos começaram no último sábado. Até a última segunda-feira, o número estimado pelo sindicato era 250 demitidos. A montadora, que não divulgou o total de cortes, alega adequação do quadro de funcionários à “atual realidade do mercado” para “resgatar a competitividade”. Os demitidos começaram a ser comunicados por telegrama, no sábado, o que levou o sindicato a aprovar uma greve por tempo indeterminado na fábrica, desde segunda-feira. A tentativa é reverter as demissões na cidade, a exemplo do que ocorreu com a Volkswagen em São Bernardo, em janeiro deste ano. Lá, a montadora concordou com a readmissão de 800 metalúrgicos após 11 dias de greve. “Somente a mobilização e a nossa força em resistir poderão reverter as demissões. Os trabalhadores sabem disso e estão dispostos a lutar”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá. Na sexta, o sindicato promete reunir trabalhadores da GM e seus familiares para uma passeata por ruas de São José para protestar contra as demissões. A entidade tenta ainda envolver os governos municipal, estadual e federal na negociação com a montadora, que se nega a abrir diálogo com o sindicato nesse momento com a greve em andamento.
Reunião. Diretores do sindicato reuniram-se com o prefeito de São José, Carlinhos Almeida (PT), que se comprometeu a tentar anular as demissões. “Faremos um apelo para que empresa suspenda esse processo de demissão, que reveja as demissões e que faça uma negociação”, disse ele, também pedindo “bom senso” por parte do sindicato. “A empresa e o sindicato precisam conversar para encontrar uma solução onde o trabalhador não seja prejudicado. Entendo também que não pode existir radicalismo por parte do sindicato.” Carlinhos disse ainda que agendou para a próxima semana uma reunião com diretores da General Motors. “Vamos pedir para que a montadora reveja as demissões e lembrá-la do acordo firmado anteriormente, onde existia perspectiva de investimentos na unidade de São José”, afirmou o petista. Após uma hora de conversa com a prefeitura, Macapá afirmou que espera uma atitude “mais forte na defesa dos empregos” por parte de Carlinhos, incluindo lobby junto ao governo federal. Ele defende que o governo Dilma Rousseff baixe medida provisória garantindo estabilidade nos empregos em montadoras, que passam por uma crise.
Justiça. Na próxima segunda-feira, GM e sindicato irão se encontrar para audiência no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 15ª Região, em Campinas, a primeira sobre a greve. Pedida pela montadora, a intervenção da Justiça irá avaliar a paralisação após as demissões promovidas pela multinacional. Em nota, a GM lamentou a greve e disse que esgotou todas as alternativas para evitar as demissões, necessárias em razão da crise no mercado.
|