Crise econômica aumenta volume de crédito consignado para aposentados

Os aposentados e pensionistas do INSS estão optando cada vez mais pelo crédito do tipo consignado, aquele em que o valor é descontado diretamente do benefício. O número de empréstimos aumentou em 16% nos cinco primeiros meses de 2018, em comparação ao mesmo período do ano passado. Ou seja, o volume de empréstimos que era de R$ 4 bilhões nos primeiros meses deste ano, subiu para R$ 30,2 bilhões, de acordo com o Banco Central.
 
Segundo Marcela Kawauti, economista chefe do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao C?edito), o aumento da demanda por consignados é reflexo da crise econômica no país. Na avaliação da especialista, o consignado é fácil de ser solicitado, já que é descontado diretamente da folha de pagamento. “Esse crédito também é a melhor opção para os bancos. Em momentos de instabilidade econômica, é melhor emprestar pelo consignado, em que há a garantia de receber”, explica Marcela.
 
Apesar de apresentar-se como uma alternativa viável, é preciso tomar algumas precauções. O aposentado e pensionista deve avaliar os riscos antes de solicitar o consignado. Pela regra, o beneficiário só pode comprometer até 35% do valor da aposentadoria (30% da parcela do empréstimo e 5% do cartão de crédito consignado). Especialistas recomendam não comprometer mais de 20% do benefício e usar essa modalidade apenas para situações de emergência.
 
Segundo o educador financeiro Edélcio Fonseca, o consignado é uma alternativa para quem ainda não quitou compromissos feitos no cartão de crédito ou cheque especial. Mas mesmo assim, é preciso saber quais as despesas fixas. “O consignado é aquele dinheiro que nem chega para o aposentado, então no período de contrato, a renda é menor. Se for para pegar o empréstimo e voltar para o cheque especial, é melhor nem pegar”, afirma Fonseca.