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Crédito Facilitado e inadimplência baixa continuam beneficiando vendas de veículos, diz ANFAVEA

07/03/2007 às 21h41

boletim Valor Online 06/03/2007 - Bianca Ribeiro                      

As condições facilitadas de crédito deram ao setor automotivo no mês passado a oportunidade de um novo recorde de vendas para meses de fevereiro e para o primeiro bimestre. Nos dois primeiros meses deste ano, as montadoras venderam 299.696 unidades, com alta de 14,8% ante o mesmo intervalo de 2006.

Conforme números divulgados hoje pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o volume de crédito do setor cresceu 20% nos 12 meses encerrados em fevereiro, para R$ 64 bilhões. Ao mesmo tempo, a taxa da inadimplência, de 3,3%, continua abaixo da média de 7,5% verificada no setor de bens duráveis.

Apesar disso, o presidente da Anfavea, Rogélio Golfarb, acha preocupante que a taxa de crescimento da produção nacional tenha sido de apenas 1% nos primeiros dois meses deste ano ante igual período de 2006 - quando a taxa chegou a 12,7% em relação a 2005, ano em que a indústria já havia produzido 11,3% a mais do que no primeiro bimestre de 2004.

"Continuamos crescendo, mas houve uma redução bastante grande da taxa de crescimento", disse. Esse descompasso se explica, segundo Golfarb, pelas dificuldades enfrentadas nas vendas externas. Embora as exportações de veículos tenham aumentado 0,7% em valores nos dois meses iniciais de 2007, houve uma baixa de 13,2% em número de unidades comercializadas ao exterior no período.

"Há três fatores envolvidos neste número (de produção): a redução das exportações, o aumento das importações (de 190% no primeiro bimestre deste ano), além de um fator pontual dos estoques", notou.

Em fevereiro, os estoques nacionais acusaram um volume equivalente a 29 dias de venda, abaixo da média dos últimos cinco anos, que era de 36 dias. Conforme Golfarb, essa redução se deve ao forte impulso das vendas internas desde dezembro de 2006. A recuperação da massa salarial, a redução da taxa de juros e o aumento dos prazos de financiamento vêm sustentado a demanda acelerada.

Ainda assim, o dirigente da Anfavea avalia que o fator estoques é pontual e que o elemento principal a ser considerado para a produção continuam sendo as dificuldades com as exportações, afetadas pela valorização do real frente ao dólar e pela redução de competitividade no mercado externo.

"O mercado interno continua forte, mas a competitividade afeta os patamares de produção", reforçou. De qualquer forma, a Anfavea manteve as estimativas para este ano, de vendas 7,7% maiores ante 2006, expansão de 3,8% para a produção e crescimento zero para as exportações em volume financeiro.

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