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Crédito: Cadastro Positivo pode manter volume de empréstimos
30/08/2007 às 23h30
jornal Diário do Comércio (SP) 30/08/2007 - Roseli Lopes | |
Depois de incluírem em suas carteiras de crédito os consumidores com menor poder aquisitivo – presentes nas classes C, D e E – , e com isso contribuírem para a elevação do volume de financiamento ao consumo a um nível jamais visto nos últimos anos, os bancos e as financeiras têm um desafio: manter a sustentabilidade desse crescimento sem aumentar a inadimplência. Se quem concede crédito tivesse um conhecimento maior dos hábitos de consumo e de pagamento do tomador do dinheiro, conseguidos por meio do cadastro positivo, o volume de empréstimos poderia se manter, disse o presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Érico Sodré durante a abertura do 3º Congresso de Cartões e Crédito ao consumidor (C4), ontem, em São Paulo. "O cadastro é uma longa batalha que temos travado com o governo. Sua implantação traria uma melhora extraordinária na precificação do crédito, na medida em que quem está emprestando poderia cobrar taxas de acordo com o perfil do consumidor", disse Sodré. Mas o impacto que o cadastro positivo traria não está limitado ao crédito tradicional. A indústria de cartões seria beneficiada com o compartilhamento de informações, na avaliação do diretor-geral da Visa no Brasil, Eduardo Gentil. "O cadastro é importante especialmente neste momento, em que os cartões de crédito estão chegando às classes mais baixas da população que não tinham acesso ao crédito oficial", disse Gentil. A falta de informações sobre os hábitos de consumo e o histórico de pagamento dificulta a avaliação do risco, lembra o diretor-executivo do Bradesco, Paulo Isola. "Não conseguimos hoje diferenciar a taxa de risco e nisso o cadastro positivo poderia ajudar". Aprovado neste mês na Câmara, o projeto do governo que cria o benefício, elaborado com a participação da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), da Febraban e outras entidades, está parado no Senado. Extensão – O superintendente-geral da ACSP, Marcio Aranha, disse que, se aprovado, o impacto do cadastro será muito grande quando puder ser usado por todo o varejo. "Hoje, grandes lojas varejistas e bancos compartilham informações sobre seus consumidores, ainda que de forma informal, por meio das parcerias para financiamento ao consumo. O que queremos é que a troca de dados chegue ao pequeno varejo", diz Marcio Aranha. O prejuízo com a falta de um cadastro positivo se dá no volume do crédito, que ainda está aquém de seu potencial, se comparado ao Produto Interno Bruto (PIB), disse Aranha. Também põe o País atrás de muitos outros: "O cadastro positivo já é usado em quase 120 países", disse o analista de crédito do International Finance Corporation (IFC) para a América Latina, Oscar Madeddu. |