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Cooperativas de crédito são contraponto aos bancos comerciais
Juros estratosféricos, profusão de taxas e atendimento precário das instituições de varejo contribuem para um movimento de “desbancarização”
Fonte: Paranashop - 22/03/2016 às 10h03Se existe um setor imune à crise é o bancário. No ano passado, enquanto o PIB do país encolhia 3,8%, os maiores bancos brasileiros registravam crescimento recorde. O Itaú, por exemplo, teve lucro líquido de R$ 23,36 bilhões em 2015 – alta de 15,4% em relação ao ano anterior; no Bradesco, o lucro foi de R$ 17,18 bilhões (alta de 13,9%), e no Santander, de R$ 6,624 bilhões (crescimento de 13,2% em relação a 2014). Taxas de juros colossais e a considerável receita gerada pelas tarifas bancárias constribuem para este resultado.
Por conta disso, cada vez mais clientes têm procurado alternativas à voracidade das instituições financeiras tradicionais. E as cooperativas de crédito aparecem como uma excelente opção. “A gente tem observado que os grandes bancos, como Itaú, Bradesco e Santander, têm concentrado as operações. Eles criam uma espécie de oligopólio, praticando taxas de juros elevadas e condições de pacotes e tarifas muitas vezes desfavoráveis ao cliente”, observa o economista Lucas Lautert Dezordi, professor da Universidade Positivo e sócio da Valuup Consultoria. “Nesse cenário, as cooperativas de crédito vêm ganhando espaço, porque cobram juros menores e têm menos taxas de serviços.”
Para ele, a migração dos bancos para as cooperativas em maior escala é uma questão de tempo: “Hoje essas associações representam 2,5 a 3% do mercado. É muito pouco, porque o consumidor ainda não conhece bem essa oportunidade financeira”, avalia. “É uma questão de conscientização de mercado: de o público saber que são instituições sólidas e seguras, reguladas pelo Banco Central, com regras rígidas e que podem proporcionar ganhos maiores, já que não visam ao lucro. Mas é preciso um certo tempo para os clientes se aprofundarem, superarem a desconfiança e experimentarem o sistema. De qualquer maneira, todos os fatores indicam o crescimento desse segmento, roubando espaço dos grandes bancos.”