Consignado para compra de imóvel é novo foco de banco
Os bancos médios estão apostando em uma nova modalidade de crédito ao entrarem mais fortemente no mercado de consignado habitacional, iniciando uma tendência que deve ser seguida por players de grande porte, como Santander, que se prepara para atuar no segmento, segundo uma fonte de mercado. Instituições médias como Bonsucesso e Daycoval, que já oferece a modalidade para funcionários públicos, além do banco Fibra, fecham novos acordos para tirar uma fatia desse filão.
Segundo Alcides Leite, economista e professor da Trevisan Escola de Negócios, grandes bancos como Itaú e Bradesco também deverão adotar o consignado habitacional no futuro, como forma de aproveitar esse boom. "Antes, o mercado não era interessante porque a demanda por imóveis era baixa. Hoje, com o crescimento da renda e a queda dos juros, a procura subiu e os bancos vão aproveitar. O consignado habitacional é uma boa escolha porque é de baixíssimo risco", afirma o economista. Ele endossa que, caso o Santander entre na briga, concorrentes lançarão produtos para não ficar atrás.
Pioneirismo
Os bancos médios permanecem como pioneiros nesse mercado. O Bonsucesso, por exemplo, lançou em setembro a modalidade de consignado habitacional em Belo Horizonte. Com uma carteira de R$ 1 bilhão, fruto de captações com bancos estrangeiros, a instituição destinará, inicialmente, o consignado habitacional apenas a funcionários públicos estaduais e municipais. "Mas, se der certo, lançaremos também para funcionários de empresas privadas", afirma Ricardo Tadeu, diretor do banco.
O Bonsucesso fechou em agosto operações com unidades do Exército em Minas Gerais, e a pretensão é ampliar a atuação nacionalmente. Para isso, a instituição estuda parcerias com grandes e médias construtoras. "Estamos negociando 10 contratos que serão fechados nos próximos meses", diz o executivo.
Mesmo sendo especializado no nicho de middle market, o banco Daycoval também decidiu apostar no consignado habitacional. Atualmente, 76% da carteira do banco é de empréstimos para pequenas e médias empresas, enquanto 14% é destinada ao consignado, e 5%, ao financiamento de veículos. A expectativa é de que, com o consignado habitacional, a participação do varejo suba de 19% para 25% da carteira total do banco, que cresceu 79% nos últimos 12 meses, somando R$ 2,2 bilhões em junho. "Já temos 10 operações fechadas de consignado para imóveis destinados a funcionários públicos de diversos municípios", diz Morris Dayan, diretor executivo. Existem novos contratos com as prefeituras de Natal, de Belo Horizonte, de Salvador e de Porto Alegre.
Agora, o Daycoval pretende captar com instituições financeiras estrangeiras. "Há muitas propostas, estamos estudando a mais viável", afirma Carlos Dayan, diretor executivo do banco. Nos próximos 30 dias, a instituição fará uma captação de US$ 100 milhões para outros setores do banco com a Internacional Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial.
Segundo Morris, 86% de R$ 1 bilhão captado via IPO (oferta pública inicial de ações, da sigla em inglês) realizada em junho foram destinados ao crédito. "Resolvemos entrar nos empréstimos imobiliários diretamente pelo consignado porque é uma operação de baixíssimo risco", diz Dayan.
"Mas sabemos que daqui a dois ou três anos, com a alta do crédito imobiliário, todos os players vão querer entrar". Apesar dos prognósticos dos concorrentes e de analistas, Itaú e Bradesco negaram ter projetos para oferecer consignado habitacional. "Ainda não temos nada pronto em relação ao consignado para imóveis, mas é uma possibilidade", afirmou o presidente do Bradesco, Márcio Cypriano. Segundo Domingos Figueiredo de Abreu, diretor executivo do banco, a instituição vai esperar a modalidade amadurecer. "Se enxergarmos que há oportunidades de mercado, entraremos", disse.
Por ser ainda incipiente no País, o crédito imobiliário é um dos segmentos que mais deve crescer. Segundo dados da Associação das Entidades de Crédito Imobiliário (Abecip), de janeiro a agosto deste ano o total de operações atingiu R$ 10,3 bilhões, superando 2006 todo, quando somaram R$ 9,34 bilhões.
Os bancos médios apostam em uma nova modalidade de crédito ao entrarem com força no mercado de consignado habitacional, dando início a uma tendência que deve ser seguida por players de grande porte, como o Santander, que se prepara para atuar no segmento, segundo uma fonte de mercado. Enquanto isso, instituições médias como Bonsucesso e Daycoval, que já oferece a modalidade para funcionários públicos, além do banco Fibra, fecham novos acordos para tirar uma fatia maior desse filão.
Segundo Alcides Leite, economista e professor da Trevisan, grandes bancos como Itaú e Bradesco também deverão adotar o consignado habitacional no futuro, seguindo o Santander e como forma de aproveitar esse boom. "Com o crescimento da renda e a queda dos juros, a procura subiu e os bancos vão aproveitar. O consignado habitacional é uma boa escolha porque é de baixíssimo risco", afirma o economista.
Mas os bancos médios são os pioneiros nesse mercado. O Bonsucesso, por exemplo, lançou em setembro essa modalidade, em Belo Horizonte. Com uma carteira de R$ 1 bilhão, destinará, inicialmente, o consignado habitacional apenas a funcionários públicos estaduais e municipais. "Estamos negociando mais 10 contratos nessa linha", afirma Ricardo Tadeu, diretor do banco.
O Daycoval é outro médio que possui dez novos contratos sendo negociados para o consignado habitacional, diz Morris Dayan, diretor executivo.
04/10/07 DCI Luciana Bruno
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