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Consignado na Casas Bahia

27/11/2007 às 13h10

portal Agência Estado 23/11/2007                                    

O crédito consignado, aquele com desconto da parcela em folha de pagamento e com risco praticamente nulo de inadimplência, chega às Casas Bahia, a rede varejista que mais vende a prazo no país. A partir de 1º de dezembro, as 552 lojas da rede, inclusive a Super Casas Bahia, megaloja que começa a funcionar hoje no Parque de Exposições do Anhembi, em São Paulo, começam a financiar móveis e eletrodomésticos por meio da linha de crédito consignado do banco BMC, que é do Bradesco.

"É uma modalidade adicional de crédito, com prazos mais longos", afirmou o diretor das Casas Bahia, Michel Klein. Segundo ele, a adesão ao crédito consignado, que inicialmente será destinado a aposentados e pensionistas da Previdência Social, não tem relação com o aumento da inadimplência. Ele observou que o índice de atraso do crediário da rede varia entre 10% e 11% das vendas a prazo e permanece estável.

Klein destacou que o crédito consignado vai permitir alongar os prazos de pagamento para 36 e 48 meses, com juros menores, o que reduz o valor da prestação e amplia o número de consumidores. Hoje, o carnê da empresa permite o parcelamento em no máximo 20 vezes e os cartões de crédito próprio e de outras bandeiras, em dez vezes. Além do consignado, a rede vai aceitar o pagamento por meio do crédito direto ao consumidor da bandeira Visa Electron pré-aprovado nos cartões pelo Bradesco, ABN e o Banco do Brasil.

A investida no cartão de crédito, tanto próprio, que atinge 3,8 milhões de plásticos, como de terceiros, mudou o perfil da rede varejista que era tida como a rainha do carnê. Os cartões de crédito já representam neste ano metade das vendas da rede e o crediário responde por 40%. Em 2006, a fatia do cartão era de 40%.

Renda - Também a clientela está sofrendo transformações: as classes A e B respondem por 25% do público da companhia, cuja origem é popular. Na Super Casas Bahia, a fatia dos consumidores mais ricos é ainda maior e chegou no ano passado a 57% dos 1,9 milhão de pessoas que circularam pela megaloja. Klein não esconde o interesse pelas camadas mais endinheiradas. "Queremos ter produtos para essa camada da população e melhorar a qualidade."

Na Super Casas Bahia que começa hoje vai até 31 de dezembro, por exemplo, os extremos das classes sociais estão contemplados. A loja terá a maior TV de plasma do mundo, da Panasonic, de 103 polegadas que custa R$ 269 mil. Na mesma loja, a Living, que é o braço para construir imóveis populares da Cyrela, vai ofertar apartamentos de R$ 55 mil, com parcela mínima mensal de R$ 198. Ou seja, com os recursos para a compra desse eletroeletrônico é possível levar quase cinco apartamentos.

Apostando nesse público amplo, a meta de Klein é faturar, no mínimo, R$ 80 milhões na Super Casas Bahia. Na megaloja de 2006, as vendas atingiram R$ 94 milhões com cinco dias úteis a mais. "Podemos atingir R$ 100 milhões. Este Natal será recorde", prevê. Para superar essa meta, a companhia ampliou de 150 para 209 o número de fornecedores e incrementou os shows e o lazer. A intenção é que o cliente fique mais tempo na loja e gaste mais.

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