Dentre os segmentos de crédito que mais cresceram nos últimos anos, o consignado surpreende e mantém ritmo forte, apesar das estimativas de desaceleração. De acordo com dados da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), a carteira atingiu R$ 50 bilhões em fevereiro, volume 49% acima do mesmo mês do ano passado.
O vice-presidente do maior banco no segmento, o BMG, Márcio Alaor, avalia que o começo do ano está ainda melhor do que o segundo semestre de 2006. Segundo ele, as novas operações de créditos concedidos pelo INSS atingiram em janeiro cerca de R$ 900 milhões. Em fevereiro, chegou a R$ 800 milhões.
"Achávamos que este ano começaria com desaceleração, mas o volume é cerca de R$ 100 milhões acima dos meses anteriores", avalia. Os ativos totais do BMG atingiram R$ 9 bilhões no final de fevereiro, com avanço de 5% em relação a dezembro do ano passado.
Segundo o analista da consultoria Tendência, Alexandre Andrade, o início do ano é favorável ao crédito e à manutenção do crescimento se deve em grande parte ao avanço do crédito consignado. "O crédito continua crescendo em taxas menores e esperamos um aumento do consignado entre 35% e 40% neste ano", estima Andrade.
O presidente da Losango, braço do crédito para a baixa renda do HSBC, Henrique Frayha, afirma que o financiamento ao consumo cresceu 22% no banco em janeiro, acima do avanço de 9% do setor como um todo, puxado pelo consignado e veículo.
"Foi um bom começo de ano e a demanda por crédito continua bem animadora", avalia o executivo. Para ilustrar o avanço, Frayha destaca que o faturamento decorrente do crédito consignado cresceu quase 30% nos últimos doze meses. Os grandes bancos tambem pretendem avançar nesse segmento Só o Banco do Brasil quer crescer entre 50% e 60%, afirma o presidente da instituição, Antônio Francisco de Lima Neto.
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