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Com crise política, economistas estendem previsão de recessão até 2017
11/12/2015 às 10h07
A turbulência política, intensificada desde a deflagração do processo de impeachment contra a presidente Dilma, e as notícias econômicas negativas têm piorado as previsões de analistas para o PIB do Brasil em 2017.
As projeções variam, mas em alguns casos chegam até a antever um terceiro ano consecutivo de contração da economia brasileira.
Entre os mais pessimistas está o Credit Suisse, que prevê uma queda de 0,5% do PIB em 2017 após retrações de 3,7% e 3,5% em 2015 e 2016.
"Esta será a recessão mais profunda e prolongada desde 1901. A confiança está em níveis historicamente baixos, o mercado de trabalho está se deteriorando continuamente e tanto a inflação quanto o deficit fiscal reduziram o espaço para medidas de estímulo", afirma o banco em relatório.
No mesmo documento, o Credit Suisse projeta para 2017 o dólar a R$ 5 e o desemprego em 12,6%. "A baixa taxa de aprovação do governo e sua enfraquecida base de apoio dentro do Congresso dificilmente favorecem qualquer melhoria legislativa relevante", diz o relatório, segundo o qual a CPMF não deve ser aprovada pelo Congresso.
A consultoria MB Associados também vê possibilidade de retração em 2017. "Com Dilma na presidência a recessão permanece em 2017, com queda de pelo menos 1% do PIB", diz Sérgio Vale, economista-chefe da MB.
"Ela continuará não conseguindo governar e, com a política monetária pressionada, o ano de 2017 fica contaminado e a recessão permanece até lá", afirma.
"Sem a Dilma, ainda há necessidade de ajuste fiscal, mas pela novidade de um outro nome se torna possível acelerar esse processo e conseguir dar um alento um pouco melhor para 2017, com crescimento de 0,5%. Ainda assim, essa seria uma retomada muito lenta, muito fraca", afirma Vale.
Nem todos os analistas, porém, acham provável que a recessão permaneça até 2017.Os economistas ouvidos pela última pesquisa Focus do Banco Central, divulgada nesta segunda-feira (7), projetaram em média um crescimento de 1% para 2017.
Essa também é a previsão do Banco Mizuho do Brasil, segundo Luciano Rostagno, seu estrategista-chefe.
"Claro que ainda está distante, vai depender da evolução do cenário político, mas no momento isso é o mais provável. A indústria voltaria a crescer depois de o nível de estoques chegar a um patamar mais normalizado, e o setor de serviços teria feito também o seu ajuste na mão de obra e nas margens", afirma Rostagno, cujo cenário conta com avanços no ajuste fiscal em 2016.
Outros analistas são mais otimistas. A LCA Consultores prevê crescimento de 1,8% em 2017, e a Gradual Investimentos e o Bradesco projetam uma expansão de 2%.
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