Área exclusiva de acesso do associado ANEPS. Para acessar a área restrita da CERTIFICAÇÃO, CLIQUE AQUI

Últimas
Notícias

Cenário atual favorece rentabilidade em títulos públicos indexados ao IPCA

Além da oportunidade do Tesouro Direto, os papéis prefixados e de inflação de risco soberano também compõem boa parte dos ativos em fundos de investimentos de renda fixa no Brasil

Fonte: DCI - 25/05/2016 às 10h05

São Paulo - A proximidade de uma baixa na taxa básica de juros (Selic), pelo Banco Central, favorece ganhos nos papéis prefixados e em títulos públicos indexados à inflação oficial, esta medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

 

"A oportunidade está em prefixados. E as NTN-Bs [Notas do Tesouro Nacional-série B ou Tesouro IPCA+] ainda estão pagando juros reais de 6% ao ano acima da inflação, o que é um ótimo investimento", avalia o gerente de alocação de ativos do Itaú Unibanco, Martin Iglesias.

 

De fato, ontem, segundo os dados do programa de compra e venda de títulos públicos federais pela internet (Tesouro Direto), o papel Tesouro IPCA+ ou NTN-B com vencimento em 2019 prometia juros reais de 6,12% ao ano, ao passo que Letra do Tesouro Nacional (LTN) ou Tesouro Prefixado com vencimento em 2019 prometia rentabilidade nominal bruta de 12,65% ao ano.

 

Além da oportunidade de encontrar esses ativos no Tesouro Direto, esses papéis prefixados e de inflação de risco soberano (do País) também compõem boa parte dos ativos de fundos de investimentos de renda fixa no Brasil.

 

Da exposição de R$ 1,17 trilhão dos fundos de investimentos em títulos públicos, 32,9% ou R$ 385 bilhões estão em NTN-B (inflação); 16% ou R$ 187 bilhões estão alocados em LTNs (prefixadas); e 6,3% ou R$ 73 bilhões alocados em títulos prefixados com juros semestrais, as antigas NTN-Fs.

 

Martin Iglesias diz que uma aplicação que pague uma taxa real de 3,5% ao ano já é capaz de formar patrimônio no longo prazo, mas alerta investidores sobre o cumprimento do horizonte de prazo, pois numa aplicação em papéis prefixados ou de inflação, o risco está na volatilidade dos preços dos ativos antes do vencimento.

 

"As pessoas olham investimentos de longo prazo com acompanhamento de curto prazo. O primeiro erro é só aplicar em investimentos de curto prazo, o que gera um retorno menor. O segundo erro e mais grave é a realização de um prejuízo", alertou Iglesias.

 

O executivo alertou para o comportamento de investidores de fundos quando notam a cota negativa decidem se desfazer das cotas com prejuízo. "Os fundos são obrigados a divulgar a cota diária, mas talvez se a pessoa não visse a marcação de mercado, não ficaria ansiosa. É o que chamamos de miopia, ele não enxerga os ganhos no longo prazo", disse.

 

Em outras palavras, a orientação básica aos investidores de fundos de renda fixa de duração média e longa, ou de papéis prefixados e de inflação é que os aplicadores não desfaçam da sua posição (venda das cotas ou títulos) antes do prazo. Exemplo, se a duration (duração) do papel é para 2019, esse horizonte deve ser respeitado para evitar perdas com a volatilidade dos ativos.

 

"Tem investidor que não aguenta [volatilidade]. Por isso, a importância de uma análise do perfil de cada um", disse o gerente. Ou seja, para o perfil muito conservador a recomendação segue sendo o baixo risco com liquidez diária.

 

Fator Gama

Em evento do Itaú BBA com jornalistas realizado ontem, Martin Iglesias apresentou o fator Gama, mais conhecido nos Estados Unidos. No Brasil, nas finanças corporativas, as empresas utilizam fórmulas com os conceitos de Alpha e Beta para calcular a taxa de retorno nos investimentos.

 

"Depois do Alpha que o pessoal de finanças diz que é zero e do Beta [taxa de risco], o Gama é um conceito que visa mostrar o retorno do planejamento eficiente nas finanças pessoais. O Gama adiciona uma renda de 1,82% ao ano. No longo prazo [20 anos] gera 30% a mais no patrimônio."

 

Entre os geradores de Gama estão: a otimização fiscal (aproveitar benefícios e isenções); alocação determinada pelo ciclo de vida; incorporação do capital humano e capital financeiro; alocação de ativos e passivos e estratégias para retirada dos recursos. "Quando se é jovem deveria-se assumir mais riscos, pois há tempo para recuperar [eventuais perdas]. O maior ativo do jovem é seu capital humano."

 

Ernani Fagundes

Compartilhar no

WhatsApp Facebook Twitter

RECEBA NOSSAS NOVIDADES

Este site usa cookies para fornecer a melhor experiência de navegação para você. Para saber mais, basta visitar nossa Política de Privacidade.
Aceitar cookies Rejeitar cookies