Captação mais barata eleva lucro do BMG

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Hermann, do BMG: Depois de parceria com Itaú, volume da carteira cresceu

Passado um ano da associação com o Itaú Unibanco para a criação de um novo banco de crédito consignado, o BMG pensa em voltar a crescer depois de ter reduzido o passo ao longo de 2012. O banco mineiro teve um lucro líquido de R$ 223 milhões no segundo trimestre deste ano, valor recorde para o BMG. Em igual período do ano passado, o BMG tinha registrado um prejuízo de R$ 208 milhões.

Além de formar a joint venture, o banco mineiro continuou a existir de forma independente, cuidando da sua própria originação de crédito e recebendo 30% do resultado do novo banco. Sem problemas para captar recursos desde que se aliou ao Itaú, as operações próprias de crédito têm crescido. Pelo acordo da parceria, o Itaú BBA se compromete a comprar R$ 300 milhões em carteira de crédito do BMG por cinco anos. Mas a parceria com um banco de primeira linha reduziu ainda o custo de outras fontes de funding, que representam cerca de dois terços das captações do BMG.

O efeito disso começa a se refletir no balanço. "O funding começou a fluir tranquilamente para o banco, tema que até então era um problema", diz Antonio Hermann de Azevedo, presidente do BMG. "Tiramos as barreiras e começamos a mostrar a capacidade [comercial] da instituição."

Limitações de recursos deixadas para trás, a carteira de crédito que gera receita para o banco atingiu R$ 19,8 bilhões em junho, com uma expansão de cerca de 38% em relação a igual período do ano passado.

O estoque total de empréstimos do BMG, porém, encolheu 12,4%, totalizando R$ 24,3 bilhões. Essa cifra engloba operações que foram vendidas a outros bancos, mas que não trazem mais receita para o BMG, apenas despesa em caso de inadimplência ou liquidação antecipada.

É a carteira própria, somada às linhas de captação mais baratas, que vêm engordando a última linha do balanço do BMG. O resultado da intermediação financeira do banco somou R$ 565 milhões de abril a junho. Em igual período do ano passado, estava negativo em R$ 97 milhões.

Também ajudaram a elevar o resultado da intermediação financeira os efeitos de marcação a mercado de títulos, que trouxe R$ 68,1 milhões de resultado no trimestre.

Até o fim do ano, o Itaú BMG Consignado deve estar operando a plena capacidade. Isso ainda não aconteceu porque alguns convênios com entidades públicas e alguns contratos com correspondentes bancários estão sendo transferidos para o novo banco. Sozinho, o Itaú BMG encerrou junho com um saldo de R$ 3,8 bilhões de crédito e gerou um resultado de R$ 9,2 milhões ao BMG.

Quando o novo banco estiver 100% operante, a produção do BMG e boa parte das suas despesas ficarão quase que totalmente concentradas na nova instituição. Daquilo que for originado no novo banco, porém, 30% vão para o BMG.

A partir disso, a expectativa do BMG é que por mês a produção do banco - somando as originações que continuará fazendo nas suas lojas e os 30% que receberá da joint venture - supere a média do ano passado, que foi de R$ 863 milhões por mês. Só do Itaú BMG, o banco mineiro deve receber por mês cerca de R$ 550 milhões.

"Daqui para a frente, o que vamos receber do Itaú BMG é superior àquilo que conseguíamos sozinhos", afirma Hermann.

Ao gerar mais resultados, indicadores que mostram a robustez do banco também estão melhorando. O índice de Basileia, que chegou a 11,85% no fim de 2012, pouco acima do percentual mínimo exigido pelo Banco Central, que é de 11%, mostrou recuperação, ficando em 14% em junho.