Segundo a Caixa, a nova restrição será tanto para a aquisição de imóveis novos como usados. Na prática, o financiamento imobiliário deverá ficar limitado a 1 contrato por cliente.
"Essas operações representam apenas 2,4% da quantidade de financiamentos concedidos pelo banco", informou a Caixa.
Maior concessora de empréstimos para compra da casa própria no país, com cerca de dois terços do mercado, a Caixa vem tomando desde o começo do ano sucessivas medidas para restringir o acesso ao financiamento imobiliário.
Neste ano, o banco já elevou duas vezes os juros cobrados nos empréstimos pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH), além de reduzir, de 90% para 80% a cota máxima de financiamento do imóvel no Sistema de Amortização Constante (SAC) e de 80% para 50% o teto dos financiamentos para imóveis usados avaliados em até R$ 750 mil.
"O foco do banco este ano será o financiamento de imóveis novos, com destaque para a habitação popular - operações do Minha Casa Minha Vida e recursos do FGTS", destaca a Caixa.
Mercado de crédito mais restrito
Para a consultora Daniele Akamine, diretora da Akamines Negócios Imobiliários, a nova medida restritiva anunciada pela Caixa reflete a escassez de recursos da poupança, que vêm registrando um volume de saques maior do que o de depósitos desde o começo do ano. "Em 2014, 60% dos financiamentos imobiliários contratados pela Caixa tinham como funding recursos da poupança", lembra.
Com inflação e nível de endividamento elevados, os brasileiros estão colocando menos dinheiro na poupança. Em junho, a caderneta da poupança registrou saída líquida (retiradas menos depósitos) de R$ 6,26 bilhões, a maior saída de recursos para o mês desde o início da série histórica, em 1995.
Dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário (Abecip) mostram que ovolume de empréstimos para comprar e construir imóveis no Brasil caiu 15,8% no 1º semestre.
Movimento da concorrência
Enquanto a Caixa desacelera no crédito imobiliário, rivais como Banco do Brasil e Itaú têm ampliado os desembolsos para habitação, buscando se concentrar em segmentos de crédito tidos como de menor risco num momento de economia em retração.
Na terça-feira, o Itaú anunciou que o crédito imobiliário e o consignado foram os únicos a crescerem no segundo trimestre ante os primeiros três meses de 2015.
Já o BB anunciou há duas semanas uma linha de crédito de R$ 1 bilhão para o segmento imobiliário, oferecendo financiar até 90% de imóveis avaliados em até R$ 400 mil.