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Caderneta perde recursos, mas ganha poupadores

26/10/2015 às 10h42

O número de pessoas que possuem caderneta de poupança cresceu no primeiro semestre de 2015, apesar da fuga de recursos no período. Segundo dados do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), houve aumento na quantidade de poupadores com até R$ 100 e de pessoas com mais de R$ 300 mil em depósitos.

Entre dezembro de 2014 e junho de 2015, surgiram 2,3 milhões de novos poupadores, mas o estoque de depósitos caiu R$ 15,5 bilhões.

O FGC divulga a soma das aplicações por CPF divididas em faixas de valores. Em todas as faixas de contas com saldo entre R$ 100 e R$ 300 mil houve queda no número de aplicadores e no valor total dos depósitos.

Nesse grupo "intermediário", houve redução de 3,3 milhões no número de investidores. Isso representou uma saída de R$ 18,3 bilhões.

Nas faixas acima de R$ 300 mil, por outro lado, surgiram 3.000 novas contas. Juntas, elas elevaram o estoque em R$ 2,7 bilhões no semestre.

Houve ainda o registro de 5,6 milhões de novas cadernetas com até R$ 100, alta de 8% ante dezembro. Esses depósitos são pouco representativos para o saldo total, cerca de R$ 1 bilhão distribuídos em quase 80 milhões contas (menos de R$ 14 por pessoa).

NOS DOIS EXTREMOS - Grandes investidores evitam fuga maior de dinheiro da poupança

BAIXA RENTABILIDADE

A saída de recursos da poupança é explicada por vários fatores. Entre eles, a perda de rentabilidade em relação a outras aplicações em renda fixa. O rendimento de 5,17% até setembro, por exemplo, está abaixo da inflação do período (7,64%) e também de aplicações que pagam 100% do CDI (9,55%), mesmo após desconto de Imposto de Renda (a poupança está isenta).

A fuga de dinheiro está ligada também à queda na renda e ao aumento das despesas das famílias por causa da inflação. Houve ainda, no início do ano, boatos de confisco de recursos, que foram desmentidos pelo governo.

"A maioria das novas contas, de baixos valores, é de pessoas que não têm muitas alternativas. Vão encontrar fundos com alta taxa de administração ou CDBs que, depois do IR, pagam até menos que a poupança", diz Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo de estudos econômicos da Anefac (associação dos executivos de finanças).

O aumento de contas na faixa de renda mais alta tem sido registrado desde que o FGC começou a disponibilizar esses dados, em 2006.

Na época, eram 24 mil pessoas, que representavam 0,03% dos poupadores. Hoje, são 143 mil, com participação de 0,15%. Em valores, essas contas respondem por quase 20% das aplicações.

Em termos de garantia do FGC, a poupança conta com a cobertura de até R$ 250 mil por CPF em cada instituição financeira. Ou seja, para estarem protegidas, pessoas com grandes aplicações devem distribuir o dinheiro em mais de um banco.

A perda de aplicações na poupança é um dos fatores que agravaram a crise no mercado imobiliário e levou o governo a adotar medidas para tentar aumentar a oferta de crédito para a casa própria.

Inflação (IPCA)
7,64
5,17
Poupança
7,64
Inflação (IPCA)
A diferença entre a poupança e a inflação foi de R$ 24,68 para cada R$ 1.000 de investimento


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