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Cadastro Positivo: o governo muda de tática
17/05/2007 às 12h39
jornal Diário do Comércio (SP) 17/05/2007 - Maristela Orlowski | |
O governo desistiu da idéia de editar medida provisória (MP) para regulamentar o cadastro positivo — banco de dados com histórico de adimplência dos clientes do sistema financeiro, que tem o objetivo de ampliar a oferta de crédito e reduzir juros. O anúncio foi feito ontem pelo secretário de Política Econômica do Segundo ele, quando o governo decidiu que editaria a MP no pacote de redução do spread (diferença entre as taxas de captação e de empréstimo), no ano passado, o ambiente no Congresso Nacional não estava favorável e, por isso, era necessário um instrumento que acelerasse a tramitação. "O ambiente político está melhor neste ano e, por isso, o governo vai trabalhar para aprovar o projeto", disse. O diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, afirmou que é necessário que o governo demonstre maior empenho para que o projeto tramite rapidamente, porque o Executivo tem força para isso. "Por enquanto não houve muito empenho. Já se passaram vários meses desde o lançamento do pacote e, até agora, nada. Antes, ainda tínhamos a expectativa de aceleração do processo com a medida provisória", comentou. De acordo com Solimeo, algumas emendas foram acrescentadas ao projeto, o que vem causando discussões. "Estamos trabalhando para o retorno ao projeto original, sem as distorções", afirmou. Seminário — Na abertura de seminário sobre o cadastro positivo realizado ontem na ACSP, o presidente da entidade, Alencar Burti, ressaltou a importância do sistema para a garantia das instituições financeiras. "O cadastro positivo representa uma espécie de seguro para quem concede empréstimos", destacou. Para especialistas que participaram do evento, a criação do sistema trará benefícios para os bons pagadores. Ressaltaram, no entanto, que é preciso criar infra-estrutura para que seja possível coletar, guardar e analisar as informações. Para o representante da Secretaria de Política Econômica do Já o especialista em risco de crédito do International Finance Group (IFC), braço financeiro do Banco Mundial (Bird), Oscar Madeddu, comentou que a formação de uma central de informações — que já existe nos Estados Unidos há 50 anos — possibilitará que os bancos tragam para sua base, por meio da concessão de empréstimos, 80 milhões de brasileiros que estão fora do mercado de crédito. "O cadastro positivo será a força do indivíduo", disse. |