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BTG vende crédito para Bradesco por R$ 1,15 bilhão para ganhar fôlego

04/12/2015 às 10h17


O BTG Pactual vendeu um lote de R$ 1,2 bilhão em empréstimos feitos a grandes empresas para o Bradesco. Pelo negócio, o banco recebeu R$ 1,15 bilhão, valor com um deságio dentro dos padrões para esse tipo de operação.


O banco está perto de fechar a venda de mais R$ 1 bilhão em crédito para o Itaú.


O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal também vão comprar crédito, mas ainda não definiram valores.


A venda de empréstimos é uma forma de dar fôlego ao banco para fazer frente a possíveis resgates de clientes, em meio à crise de reputação.


Os empréstimos têm prazo médio de seis meses e baixo risco de calote – portanto, são fáceis de serem negociados.


Além de ajudar o banco a passar pelo momento de estresse, os concorrentes têm interesse em ganhar clientes que reduzirão o volume de negócios com o BTG.


Ao todo, o banco espera repassar cerca de R$ 4 bilhões em empréstimos aos demais bancos –13% dos R$ 30,9 bilhões de financiamentos a grandes empresas que tinha no terceiro trimestre.


CAPTAÇÃO X SANGRIA


O BTG prepara ainda uma captação de R$ 1 bilhão com a venda de títulos garantidos, conhecidos como DPGE. São papéis com cobertura de até R$ 20 milhões do FGC (Fundo Garantidor de Créditos). Os executivos responsáveis pelo caixa do banco estão vendendo títulos de dívida privada –letras financeiras de grandes bancos e debêntures (dívida de longo prazo)– para aplicar em papéis públicos de rendimento inferior, porém, fáceis de serem convertidos em dinheiro.


A posição de caixa do banco, estimada pelo mercado em cerca de R$ 15 bilhões, é monitorada de perto pelo Banco Central e pelas agências de avaliação de risco.


O valor não é revelado; no final de setembro estava em cerca de R$ 12 bilhões e, nos trimestres anteriores, em R$ 20 bilhões.


Para a agência Standard & Poor's, que recebe as informações do banco, a posição de caixa deixou de ser "confortável" para "baixa". Uma piora pode motivar um novo rebaixamento na avaliação de risco do banco.


SANGRIA MENOR


Clientes reduzem ritmo de resgate de fundos BTG Além de papéis como CDBs e letras financeiras (em vencimento ou que podem ser resgatados antecipadamente), o banco tem de honrar diariamente operações de clientes (empresas, fundos etc.) que aplicam a sobra de seus caixas no banco.


Após dias seguidos de estresse, fontes afirmaram que o caixa do BTG Pactual teria atingido nesta quinta-feira (3) a mais alta posição desde a prisão do banqueiro André Esteves, no dia 25.


Segundo levantamento da consultoria Com Dinheiro, também recuaram os resgates dos fundos. Passaram de R$ 1,367 bilhão para R$ 3,295 bilhões de sexta para segunda, após o STF manter a prisão de Esteves, mas voltaram a cair para R$ 1,651 bilhão na terça.



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