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Brasil precisa de sinal mais brutal sobre ajuste, diz OCDE
16/11/2015 às 10h39Para o mexicano José Ángel Gurría, secretário-geral da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o Brasil precisa dar um sinal "mais brutal" sobre a redução da dívida pública. Segundo ele, será necessário, por exemplo, modificar as regras da previdência. "Uma parte da taxa de juros tem relação com a confiança. E como reduzir isso? Fazendo o sinal claro de que você deseja reduzir o deficit e a dívida", afirmou em entrevista à Folha, após participar de evento na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) nesta quinta-feira (5). CONFIRA A EVOLUÇÃO DA TAXA SELICEm % ao ano 10,25 7,25 10,00 12,00 14,25 24/01/07 23/01/08 21/01/09 27/01/10 19/01/11 18/01/12 16/01/13 15/01/14 02/09/15 10,25 A OCDE divulgou esta semana um estudo sobre o Brasil, no qual faz uma série de recomendações para que o país melhore sua situação econômica. A entidade sugere que o Brasil aumente a idade mínima para a aposentadoria, reduza tarifas de importação e crie um imposto de valor agregado que substitua tributos indiretos, entre outras medidas. Para Gurría, o Brasil enfrenta um problema "aritmético", com redução de receitas e aumento da dívida. E precisará promover reformas estruturais para voltar a crescer, com investimentos em educação e pesquisa e maior abertura da economia. "No caso do Brasil, a política monetária já encontra limitações. Despesas públicas também não podem ser feitas. O país já não tem os instrumentos mais óbvios [para estimular a economia]. Tem que fazer o ajuste fiscal para evitar acúmulo da dívida e fazer mudanças estruturais", afirmou. "As soluções são muito claras. O problema é que elas tomam tempo e têm de ser feitas todas ao mesmo tempo", afirmou. IMPEACHMENT Em sua fala no evento, Gurría falou sobre o ajuste fiscal, a baixa produtividade da indústria brasileira, a barafunda de regras que dificulta negócios no país e a necessidade de aumentar a concorrência no mercado interno. Preferiu ser econômico nos comentários, no entanto, ao ser perguntado sobre as consequências de um eventual processo de impeachment da presidente Dilma. Segundo ele, essa é uma "questão brasileira". "Não temos muito o que dizer. O que esperamos é a aplicação estrita das leis brasileiras. É o que o mundo exterior espera", afirmou a jornalistas. |
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