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Brasil precisa de sinal mais brutal sobre ajuste, diz OCDE

16/11/2015 às 10h39

Para o mexicano José Ángel Gurría, secretário-geral da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o Brasil precisa dar um sinal "mais brutal" sobre a redução da dívida pública.

Segundo ele, será necessário, por exemplo, modificar as regras da previdência.

"Uma parte da taxa de juros tem relação com a confiança. E como reduzir isso? Fazendo o sinal claro de que você deseja reduzir o deficit e a dívida", afirmou em entrevista à Folha, após participar de evento na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) nesta quinta-feira (5).

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A OCDE divulgou esta semana um estudo sobre o Brasil, no qual faz uma série de recomendações para que o país melhore sua situação econômica.

A entidade sugere que o Brasil aumente a idade mínima para a aposentadoria, reduza tarifas de importação e crie um imposto de valor agregado que substitua tributos indiretos, entre outras medidas.

Para Gurría, o Brasil enfrenta um problema "aritmético", com redução de receitas e aumento da dívida. E precisará promover reformas estruturais para voltar a crescer, com investimentos em educação e pesquisa e maior abertura da economia.

"No caso do Brasil, a política monetária já encontra limitações. Despesas públicas também não podem ser feitas. O país já não tem os instrumentos mais óbvios [para estimular a economia]. Tem que fazer o ajuste fiscal para evitar acúmulo da dívida e fazer mudanças estruturais", afirmou.

"As soluções são muito claras. O problema é que elas tomam tempo e têm de ser feitas todas ao mesmo tempo", afirmou.

IMPEACHMENT

Em sua fala no evento, Gurría falou sobre o ajuste fiscal, a baixa produtividade da indústria brasileira, a barafunda de regras que dificulta negócios no país e a necessidade de aumentar a concorrência no mercado interno.

Preferiu ser econômico nos comentários, no entanto, ao ser perguntado sobre as consequências de um eventual processo de impeachment da presidente Dilma. Segundo ele, essa é uma "questão brasileira".

"Não temos muito o que dizer. O que esperamos é a aplicação estrita das leis brasileiras. É o que o mundo exterior espera", afirmou a jornalistas.



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